Quaresma: Bispo de Aveiro pede pão, emprego e fraternidade

«Cristãos são chamados a combater a pobreza e a opor-se à avidez que conduz à exploração e à injustiça», diz D. António Francisco dos Santos

Aveiro, 14 fev 2013 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, pede aos católicos que ajudem “com particular desvelo e maior atenção” as pessoas “que mais precisam”, para que encontrem “pão”, “emprego” e “fraternidade”.

“Nestes tempos difíceis que vivemos, sentimos com dor que falta pão e calor em mesas onde se aconchegam crianças e donde se abeiram famílias por inteiro: é necessário repartir aí o pão e fazer do nosso coração o seu primeiro abrigo”, salienta na mensagem para a Quaresma, enviada à Agência ECCLESIA.

Depois de mencionar os “jovens com talento e vontade de trabalhar que não encontram resposta na terra que os viu nascer nem emprego no espaço trabalhado pelas escolas que os formaram”, o documento acentua que “é urgente romper medos e dar as mãos a quem sonha com um futuro feliz na sua terra”.

Para D. António Francisco dos Santos é também necessário promover a “proximidade” e “soltar as amarras de uma cultura de fraternidade onde o respeito pela diversidade e a salvaguarda da diferença nos façam ver com outros olhos e maior compreensão a vida e o bem da Humanidade”.

“A fraternidade inspirada no amor de Deus e no amor do próximo é caminho e instrumento de transformação social e de mudança cultural”, pelo que “os cristãos são chamados a combater a pobreza e a opor-se à avidez que conduz à exploração e à injustiça”.

O tempo da Quaresma ensina que através da “atenção, escuta, dedicação, presença e solidariedade” é possível “ajudar a renascer a esperança, a fazer brotar a alegria, a multiplicar o pão e a dar sentido novo à vida de tantas pessoas e famílias”, salienta.

A mensagem anuncia que a Pastoral Diocesana e o Fundo Diocesano de Emergência Social vão ser o destino da renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo.

“A Quaresma convida-nos à conversão e oferece caminho à profecia de quem descobre, à luz da fé, que as pessoas têm primazia e prioridade diante das coisas”, observa o prelado.

O texto encoraja os fiéis a viverem a espiritualidade da Quaresma, tempo litúrgico marcado por maior insistência na oração.

“O ‘Dia do deserto’ que proponho a toda a Diocese para vivermos em iniciativas arciprestais [em conjuntos de paróquias] vai permitir-nos que, no silêncio e na interioridade, a verdade da nossa vida possa acontecer e tenhamos oportunidade para fazermos experiência da bondade de Deus que Jesus nos revelou”, assinalou.

D. António Francisco dos Santos deseja que as “vilas e cidades” se tornem em “verdadeiros oásis de silêncio, de oração, de recolhimento, de reconciliação e de fraternidade”.

A Quaresma, que começou esta quarta-feira, é um período de 40 dias em que os católicos são chamados a práticas de jejum, penitência e esmola para preparar a Páscoa, a festa mais importante do calendário cristão que assinala a ressurreição de Jesus.

A diocese aveirense assinala até 11 de dezembro os 75 anos da sua restauração com iniciativas espirituais, teológicas e culturais, integradas na denominada ‘Missão Jubilar’.

RJM

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