Aumento da pobreza ameaça democracia

Rede Europeia fala em «situação de emergência» e critica medidas de austeridade

Bruxelas, 03 out 2012 (Ecclesia) – A Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN, sigla em inglês), dirigida pelo português Sérgio Aires, alertou hoje para as ameaças à democracia que se colocam com a atual situação de “emergência” social e económica.

“As medidas de austeridade estão a empurrar mais pessoas para a pobreza, conduzindo aqueles que já se encontravam nessa situação para cenários de desespero e de privação extrema”, assinala um comunicado da instituição enviado à Agência ECCLESIA.

Segundo a EAPN, a luta contra a pobreza faz parte de uma “luta maior”: “Salvar a democracia sob pena de nos transformarmos numa Europa ainda mais pobre e violenta”.

O apelo é deixado num dia em que o ministro das Finanças de Portugal anunciou aumentos de impostos como, por exemplo, uma sobretaxa de 4 por cento em sede de IRS em 2013 à semelhança do que aconteceu em 2011, e ainda um aumento efetivo do IRS através da redução de escalões.

Vítor Gaspar revelou, em conferência de imprensa, que o Governo vai repor um subsídio aos funcionários públicos e 1,1 subsídios aos pensionistas e reformados.

Segundo a EAPN, a pobreza na Europa aumentou em mais 2 milhões de pessoas desde 2009, em “vez de diminuir – cumprindo os objetivos da Estratégia Europa 2020”.

As questões foram debatidas em Bruxelas, durante uma conferência promovida pela instituição, na qual se apresentaram “recomendações sobre como lidar com a situação de emergência que se enfrenta, restaurando a confiança nas instituições europeias e nos governos nacionais”.

“Não estamos apenas a combater a pobreza, estamos a lutar para salvar a democracia e a criar condições para atingir o objetivo primordial da cooperação europeia para manter a paz”, disse Sérgio Aires, presidente da EAPN.

Entre as recomendações feitas aos líderes da União Europeia conta-se a proposta de “equilibrar os objetivos económicos e sociais, dando prioridade a soluções inclusivas para a crise e ao crescimento inclusivo”.

A EAPN desafia os executivos comunitários ao lançamento de um novo “pacote de investimento social” para além de promover “empregos de qualidade e apoio à proteção social e rendimento mínimo adequado”.

OC

 

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