Paquistão: Tribunal adia decisão sobre caso de criança acusada de blasfémia

Rimsha Masih, de 11 anos, está presa há quase duas semanas

Lisboa, 29 ago 2012 (Ecclesia) – O tribunal de primeira instância de Islamabad adiou para esta quinta-feira a decisão sobre o pedido de libertação de Rimsha Masih, de 11 anos, presa no último dia 16 sob a acusação de “blasfémia”.

A agência Fides, do Vaticano, revela que o adiamento se deve a “causas processuais” e problemas quanto à formação da comissão médica encarregada de examinar a menina.

A criança, de uma igreja protestante, teria alegadamente queimado páginas de um livro com passagens do Corão.

Em causa está o artigo 295 do Código Penal paquistanês: a secção B refere-se a ofensas contra o Corão que são puníveis com prisão perpétua; a secção C refere-se a atos que enxovalham o profeta Maomé, puníveis com prisão perpétua ou com a morte.

A defesa de Masih, menina com a síndrome de Down, espera que os resultados da observação da comissão médica permitam que o juiz anule a acusação.

Um advogado católico paquistanês, contactado pela Fides, afirma que “segundo as disposições da lei, a polícia violou o procedimento e os tribunais mantiveram a jovem detida ilegalmente”.

A polícia prendeu Rimsha “sob pressão de uma centena de radicais islâmicos”, sublinha a agência de informação ligada ao Vaticano, acrescentando que cerca de 600 famílias cristãs do bairro Mehra Jafar, onde morava a família da criança, tiveram de fugir, “com medo de represálias dos extremistas”.

OC

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