Vida Consagrada: Padre Tony Neves é o novo provincial dos Espiritanos

Sacerdote tem trabalhado na dinamização missionária e no diálogo ecuménico em Portugal

Barcelos, Braga, 23 abr 2012 (Ecclesia) – O padre Tony Neves foi hoje eleito provincial dos missionários Espiritanos na reunião magna desta congregação em Portugal, a decorrer em Barcelos, Arquidiocese de Braga, até sexta-feira.

O novo responsável, que sucede ao padre José Manuel Sabença, nasceu em Foz do Sousa, Gondomar (Porto), em 1962, e foi ordenado em 1989, informa um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

No seu percurso pastoral, o sacerdote trabalhou em Angola durante a guerra civil, de 1989 a 1994, e é licenciado em Teologia e Comunicação Social (UCP – Lisboa), com pós-graduações em Ciência das Religiões (Paris) e Lusofonia e Relações Internacionais (Lisboa).

É doutor em Ciência Política, com louvor e distinção, pela Universidade Lusófona (Lisboa, 2011), com uma tese sobre o impacto no processo de paz das intervenções da Igreja católica em Angola.

O novo provincial é director do jornal «Acção Missionária», coordenador nacional dos «Jovens Sem Fronteiras» e coordenador de projectos da ONGD «Sol Sem Fronteiras».

Horas antes de ser eleito, o padre Tony Neves referiu à Agência ECCLESIA – em relação ao IX capítulo provincial dos missionários Espiritanos – que nestes se avalia o passado e “lançam as bases, objetivos e estratégias” para o futuro.

Depois de dois dias de retiro – orientado pelo padre José Gaspar, missionário na Amazónia (Brasil) -, os missionários Espiritanos partilharam os relatórios dos vários sectores da pastoral com a presença de “colegas dos sítios onde trabalham: Taiwan, México, Paraguai, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné e Cabo Verde”.

Os relatórios apresentam as “grandes opções de fundo” desta congregação fundada por Cláudio Poullart des Places e Francisco Libermann onde a “opção pelos mais pobres” está no centro.

Em relação ao universo vocacional, o padre Tony Neves realça que “não são numerosos os jovens que queiram ser Espiritanos a tempo inteiro e por toda a vida, mas todos os anos existem ordenações” e a congregação tem uma comunidade de formação internacional que acolhe jovens de vários países.

Ainda no campo das experiências pastorais, o padre Tony Neves refere que um missionário a trabalhar em Taiwan frisou que a “aprendizagem da língua e da cultura chinesa é um trabalho complexo” e que a “existem apenas 2 a 3 por cento de católicos” por isso, “o diálogo inter-religioso é muito forte”.

Na Guiné a “pobreza e a instabilidade política e social” são evidentes, mas o diálogo com a religião tradicional “é bem sucedido”.

O interlocutor refere ainda que o padre Manuel Semedo, missionário na Guiné, saiu daquele país lusófono “no último avião que levantou antes do golpe de Estado” e “já percebia que aquilo ia rebentar a qualquer momento”.

As dicotomias em Angola, por outro lado, são claras porque o “desenvolvimento é muito citadino e litoral”, mas o interior deste país “continua muito pobre e abandonado”, afirma o padre Tony Neves.

Dada a existência de uma “missão partilhada com os leigos de forma intensa”, através dos movimentos laicais, o capítulo provincial “tem delegados leigos que não têm direito a voto, mas participam em todas as atividades”.

LFS

Notícia atualizada às 17h45

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Agência ECCLESIA

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