Cuba: Fidel Castro vai saudar o Papa

Porta-voz do Vaticano reafirma abertura de Bento XVI para gesto com carga simbólica, marcado para o último dia da visita à ilha

Havana, 28 mar 2012 (Ecclesia) – O antigo presidente e líder histórico de Cuba Fidel Castro vai encontrar-se hoje com Bento XVI, em Havana, anunciou o próprio.

“Cumprimentarei com muito gosto amanhã, quarta-feira [hoje, ndr], Sua Excelência o Papa Bento XVI, como o fiz com João Paulo II, um homem a quem o contacto com as crianças e com os cidadãos humildes do povo suscitava, invariavelmente, sentimentos de afeto”, informou, num artigo de opinião publicado no jornal ‘Granma’, órgão oficial do Partido Comunista Cubano.

João Paulo II (1920-2005) foi o primeiro Papa visitar Cuba, em janeiro de 1998.

Sem dar a conhecer qualquer detalhe sobre a reunião, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou, a este respeito, que “um encontro com um grande líder da história cubana tem o seu significado e a sua importância, pelo que o Papa fez saber que estaria aberto a esta possibilidade”.

Fidel Castro diz ter solicitado ao Papa “uns minutos do seu ocupado tempo”, revelando que a resposta positiva lhe chegou através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, segundo o qual a Bento XVI “agradaria este modesto e simples contacto”.

O antigo presidente, substituído em 2008 pelo seu irmão Raúl Castro, apresentava uma reflexão na qual sublinhou a sua “convicção de que marxistas e cristãos sinceros, dos quais conheci muitos, independentemente das suas crenças políticas e religiosas, deveriam e poderiam lutar pela justiça e a paz entre os seres humanos”.

O Papa, que completa 85 anos em abril, termina hoje a sua segunda viagem à América Latina, iniciada na sexta-feira com uma visita ao México, tendo-se seguido, desde segunda-feira, a ilha de Cuba.

Bento XVI preside a uma missa na Praça da Revolução, em Havana, às 09h00 locais (mais seis em Lisboa), com a última homilia que vai proferir.

Na primeira celebração do género, em Santiago de Cuba, o Papa defendeu a promoção de uma sociedade “aberta e renovada” na ilha caribenha, perante 250 mil pessoas, esta segunda-feira.

Bento XVI pediu que a Igreja Católica esteja na linha da frente para “construir uma sociedade melhor, mais digna do homem, que manifeste melhor a bondade de Deus”.

A despedida e discurso final vão iniciar-se às 16h30 no aeroporto da capital, meia hora antes da partida para Roma, onde o Papa deve chegar às 10h15 de quinta-feira (menos uma em Lisboa), 22 mil km após o início da viagem.

OC

Notícia atualizada às 11h18

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