Novo documento entregue à Congregação para a Doutrina da Fé alerta para perigo de «fragmentação»
Cidade do Vaticano, 08 mar 2012 (Ecclesia) – A Comissão Teológica Internacional (CTI) , organismo consultivo do Vaticano, publicou hoje um documento em que pede um discurso comum aos teólogos católicos e alerta para os perigos da “fragmentação” dentro da Igreja.
“A Igreja precisa claramente de um discurso comum se quer comunicar a mensagem única de Cristo ao mundo, pastoral e teologicamente, pelo que é legítimo falar da necessidade de uma certa unidade da Teologia”, assinala o texto, intitulado ‘Teologia hoje: Perspetivas, princípios e critérios’.
A CTI é um organismo que reúne 30 dos teólogos mais prestigiados de todo o mundo, sob a presidência do cardeal William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
“Os teólogos católicos devem ser identificáveis como tal”, assinala o documento, disponibilizado na página do Vaticano na internet.
50 anos após o início do Concílio Vaticano II (1962-1965), o texto indica que este foi um período “muito produtivo” em que surgiram “novas vozes teológicas”, em particular leigos e mulheres, teologias de “novos contextos culturais”.
Temas como a paz, a justiça, a libertação, a ecologia e a bioética ganharam um novo destaque, sublinha a CTI, falando em “desenvolvimentos positivos”.
O documento refere, no entanto, que as últimas décadas deram origem a uma “certa fragmentação da Teologia”, levantando a questão de saber quais são as suas caraterísticas e como se consegue manter “uma identidade verdadeira”.
Numa nota de apresentação, a Santa Sé destaca que a CTI tem como missão “ajudar a Santa Sé e em particular a Congregação para a Doutrina da Fé a examinar as questões doutrinais de maior importância”.
Em relação ao novo documento, o comunicado refere que são abordadas questões e princípios constitutivos da Teologia e a sua relação com “disciplinas afins”, como as Ciências Religiosas.
O texto da CTI está dividido em três capítulos, dedicados à “escuta da palavra de Deus”, à “comunhão com a Igreja” e à “verdade de Deus numa perspetiva de autêntica sabedoria”.
OC