Vaticano II: Concílio mais atual do que há 50 anos

D. José Policarpo sublinha importância da «leitura dos sinais dos tempos»

Lisboa, 08 mar 2012 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa considerou, esta quarta-feira que o II Concílio do Vaticano (1962-1965) “está mais atual do que há 50 anos”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, D. José Policarpo referiu que há meio século, quando o Concílio começou, “não havia a consciência da leitura dos sinais dos tempos”.

Este responsável falava durante as XXXIII Jornadas de Estudos Teológicos que decorrem até sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa (UCP), em Lisboa, subordinadas ao tema ‘O Concílio Vaticano II na vida da Igreja: A condição crente, hoje’.

O patriarca de Lisboa realçou que desde a convocação (em 1959) até ao fim da última sessão do Concílio se fez um “percurso dialético”, visto que se cruzam “duas tendências”.

O atual presidente da Conferência Episcopal Portuguesa sublinha também “o trabalho gigantesco” das equipas que preparam “os novos textos conciliares” e da intuição de um documento que “defina a nova maneira de a Igreja estar no mundo”.

A mudança é visível e a Igreja tem “de se assumir como enviada ao mundo” e seguir “dois caminhos para fazer isso: perceber o que pode mudar e ser fidelíssima àquilo que não muda”.

No auditório da UCP, em Lisboa, D. José Policarpo apelou “à coragem de perceber como se concretizam, hoje, as intuições” saídas do II Concílio do Vaticano.

Ler os sinais dos tempos “é um pressentimento e não uma análise”, acrescenta, realçando que na evangelização “se tem perdido, muitas vezes, a capacidade de perceber aquilo que os homens são capazes de ouvir, naquele momento”.

A função da Igreja “não é julgar, condenar, mas salvar”, frisou o cardeal-patriarca.

O encontro da Faculdade de Teologia da UCP prossegue hoje com um painel dedicado ao tema ‘O que trouxe o Concílio Vaticano II à Igreja do nosso tempo’ e a conferência ‘Do aggiornamento conciliar ao novo «lugar» de presença e ação da Igreja no mundo de hoje’, pelo teólogo Hervé Legrand, da Ordem Dominicana.

LFS

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