Cinema: «Duns Scoto» – o teólogo da Imaculada Conceição

“Na Escócia nasceu, a Inglaterra o acolheu; a França o instruiu e na Alemanha morreu”. A vida de John de Duns (1266-1308) resumir-se-ia à inscrição no seu túmulo, não omitisse o principal: a reunião duma inteligência brilhante, um espírito crítico discreto, independente, fiel e aguçado e uma imensa fé fundamentada que se coloca, desde cedo, ao humilde serviço do Senhor.

Já franciscano, Duns frequenta as Universidades de Oxford e de Paris, lecionando teologia em ambas. Fiel à sua Igreja, é forçado a deixar Paris após recusar-se a assinar um manifesto contra Bonifácio VIII, promovido por Filipe IV (O Belo).

Maiores atos de simultânea fidelidade, independência de espírito e devoção virão, no entanto, a realizar-se.

Contrariando o pensamento dos teólogos da época, Duns Scoto entrega-se à meditação do Mistério da Encarnação. Afirma a Encarnação como cumprimento da Criação, decorrente da ideia original de Deus desde a Eternidade e Seu imenso ato de amor, não sujeita a qualquer contingência – como o pecado de Adão.

Mas a sua meditação vai mais além, aprofundando o mistério da Imaculada Conceição. De novo enfrenta resistências e, no entanto, não abdica da humildade para convencer que a ausência de pecado em Maria não põe em causa a universalidade da missão salvífica de Jesus. O seu argumento, que aguardará seis séculos pela validação oficial do Beato Papa Pio IX, sustenta-se no princípio da “redenção preventiva”, a qual assume a Imaculada Conceição como obra primeira da redenção de Cristo que, pelo poder do Seu amor, preserva Maria do pecado – ainda antes da sua conceção.

É refletindo sobre este Mistério que o filme “Duns Scoto” produzido pela Ordem Franciscana da Imaculada estreou dia 7 de dezembro no Ciclo de Cinema “Revelar-Te”, em Almada.

Por aprofundar e fundamentar o que anualmente celebramos a 8 de dezembro e que levou o Papa João Paulo II a confirmar a beatificação de Duns Scoto em 1993, espera-se que o filme chegue a muitos ecrãs portugueses, entre as salas de cinema e as de casa.

Margarida Ataíde

 

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Agência ECCLESIA

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