Crise/Solidariedade: Misericórdias têm de «ajudar os que sofrem»

Presidente da União exige que o Estado cumpra no pagamento das dívidas

Fátima, Santarém, 05 dez 2011 (Ecclesia) – O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) disse à ECCLESIA que existe nestas instituições uma “concordância” sobre a necessidade de “ajudar os que sofrem” neste momento de crise.

“As Misericórdias estão muito preocupadas em fazer mais com menos, é isso que estamos a tentar fazer, e há uma grande consonância à volta do secretariado nacional”, disse Manuel Lemos, após a assembleia geral da UMP que decorreu sábado, em Lisboa.

Nos trabalhos, os participantes aprovaram uma moção, que vai ser enviada ao Governo, sublinhando a “necessidade de passar das palavras aos factos”.

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho anunciou, em novembro, que o Executivo vai regularizar as dívidas consideradas “mais prioritárias” às Misericórdias, até ao final do primeiro trimestre de 2012.

Para o presidente da UMP é fundamental que “o Estado cumpra as obrigações que assumiu”, considerando que a situação atual “não se pode manter”.

Às instituições chega, neste momento, “de tudo”, diz Manuel Lemos, dos “pobres tradicionais, por assim dizer, a muita gente nova, muitas famílias”.

“Constatamos, por exemplo, que há cada vez mais crianças a trazer de manhã a fralda que levaram ao fim do dia, cada vez mais crianças que foram mal alimentadas durante o fim de semana, cada vez mais idosos em dificuldades”, alerta.

O presidente da UMP fala numa situação “muito séria” e que, ao que tudo indica, “ainda vai ficar mais séria no decorrer do ano 2012”.

“Temos de reunir forças, todos os portugueses, e não deixar de pensar no futuro”, apela.

A UMP coordena cerca de 400 Santas Casas de Misericórdia em Portugal, ligadas à Igreja Católica, e apoia a fundação e recuperação de organismos similares em Angola, Moçambique, Timor e São Tomé e Príncipe, bem como nas comunidades de emigrantes.

PTE/OC

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