Coimbra: Comissão Justiça e Paz diz que é preciso retomar «luta» por uma sociedade mais equitativa

Mudança proposta há 40 anos pelo documento sinodal «A Justiça no Mundo» tem sido «sistematicamente ignorada», lamenta organização diocesana

Coimbra, 29 nov 2011 (Ecclesia) – A Comissão Justiça e Paz de Coimbra incentiva os fiéis a retomarem a “luta” por uma sociedade mais equitativa, preconizada há 40 anos pelo documento “A Justiça no Mundo”, saído do II Sínodo dos Bispos.

“A temática da justiça, ou melhor, da luta pela justiça é hoje um desafio a que todos somos chamados numa sociedade tão marcada por injustiças, seja a nível pessoal, grupal, regional, nacional ou internacional”, salienta o organismo diocesano, em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.

A Comissão lamenta que o “texto profético” publicado a 30 de novembro de 1971 tenha sido “sistematicamente ignorado pela comunidade cristã”, uma vez que coloca “questões fundamentais tanto para a organização do mundo como da Igreja”.

Depois de ter reacendido o debate à volta do documento sinodal, através do seminário “Superar (in)justiças”, no último dia 19, aquela organização católica quer agora difundir a obra “pelo maior número de pessoas e instituições”.

Numa análise às principais ideias defendidas pelos bispos, os responsáveis pela Justiça e Paz de Coimbra destacam a noção de que “a participação na transformação do mundo” está “claramente” ligada à “pregação do Evangelho, à missão da Igreja em prol da redenção e da libertação do género humano de todas as situações de opressão”.

“Significa que não pode haver autêntica evangelização sem a promoção da justiça e a transformação das estruturas sociais”, aponta o organismo, que chama a atenção para a importância de se saber ler os “sinais dos tempos”, reforçando o alerta emitido durante a segunda assembleia geral dos bispos.

Para a Comissão Diocesana Justiça e Paz de Coimbra, é preciso ter consciência de que “a mensagem cristã não é um todo acabado que se conserve imutável na Igreja desde as suas origens”.

Aquele organismo católico espera que a Igreja possa “dar o exemplo na prática da justiça nas suas atitudes, nas suas relações e nas suas instituições, promovendo a liberdade de expressão e de pensamento e a efetiva participação de todos, especialmente dos leigos e, dentre estes, da mulher”.

Considerando que “a luta pela justiça tem de ser uma luta contínua”, defende-se ainda que as estruturas eclesiais apostem numa “educação para a justiça”, que supere o “individualismo e a exaltação da posse” e que conduza à construção de “comunidades verdadeiramente humanas”.

JCP

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top