Benim: Papa diz que África é «pulmão espiritual» do mundo

A bordo do avião, Bento XVI diz aos jornalistas que é preciso inovar para enfrentar problemas do continente

Lisboa, 18 nov 2011 (Ecclesia) – Bento XVI referiu-se hoje ao continente africano como o “pulmão espiritual do mundo”, falando aos jornalistas que o acompanham no avião, rumo ao Benim, onde inicia esta tarde a sua segunda viagem a África.

O Papa admitiu que existem “grandes problemas e dificuldades” nesta região, como “em “todo o mundo”, mas diz que em África existe “um humanismo fresco” e representa “uma reserva de vida e de vitalidade para o futuro”.

Citado pelo portal ‘Vatican Insider’, Bento XVI declarou que não bastam “boas intenções” para superar os desafios atuais, convidando a “ousar, seguir outros caminhos, dar em vez de receber”.

O Papa alemão lembrou a sua juventude, considerando que lhe parece viver “noutro planeta”.

“Houve um processo e um progresso rápido nos últimos 50, 60 anos”, disse, que gerou a independência de África após o colonialismo, apresentando também “dificuldades”.

Após um voo de mais de 4 mil quilómetros, Bento XVI, de 84 anos, vai chegar a Cotonou, maior cidade do Benim, onde vai ser recebido pelos cartazes de boas-vindas, em várias línguas.

O Governo local decretou que esta sexta-feira seja um dia feriado nacional, para acolher a terceira visita pontifícia ao país, após as viagens de João Paulo II em 1982 e 1993.

Na bagagem, o Papa leva um documento para os católicos africanos sobre os temas da justiça, da reconciliação e a paz que vai entregar num país pobre e pouco conhecido da África ocidental, tido como o berço do vudu e apresentado como um exemplo democrático e pacífico.

Com Bento XVI viajam, para além do Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, três cardeais africanos: D. Francis Arinze (Nigéria), prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino; D. Robert Sarah (Guiné-Conacri), presidente do Conselho Pontifício ‘Cor Unum; D. Peter Turkson (Gana), presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz.

O Papa vai ser acolhido às 15 horas locais (menos uma em Lisboa) pelo presidente do Benim, Yayi Boni, e pelo núncio apostólico [embaixador da Santa Sé] para o Benin e o Togo, D. Michael Blume.

O primeiro dia da viagem inclui uma visita à catedral de Cotonou, hora e meia após a chegada, sem qualquer outro compromisso público.

Na noite de quinta-feira, os católicos da cidade promover uma procissão de velas, pelas ruas locais, com cânticos e orações em preparação para a visita, a 22ª viagem do atual Papa fora da Itália, que assinala os 150 anos da evangelização do Benim.

Para hoje está preparado um programa cultural e artístico, com a presença do cantor angolano Bonga, para além de Papa Wemba (congolês) e Fifito, Filomeno Lopes (guineense), os quais farão um concerto com a temática da paz, da justiça e da reconciliação.

Os três apresentarão o CD ‘Afrika Tenda Amani”, que em suaíli significa ‘África, faz a paz’, uma coletânea de músicas dedicada aos temas do Sínodo para a África, realizado em 2009, no Vaticano, sobre o tema da justiça, da paz e da reconciliação.

Em declarações à Rádio Vaticano, Bonga afirma que “vai ser uma festa de encontros e reencontros, de abraços fraternos, o que é muitíssimo importante para a  África”.

OC

Em escuta: Faixa ‘A força do Povo’, cantada pelos três artistas.

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