Iraque: Fundação católica fala em «genocídio»

Organização internacional «Ajuda à Igreja que Sofre» pede ajuda para milhares de famílias que atualmente «se escondem» por causa da sua fé

Lisboa, 26 out 2011 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) vai dedicar a campanha de Natal deste ano aos cristãos perseguidos no Iraque, onde o número de fiéis passou de 850 mil para 300 mil em apenas oito anos.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, a diretora nacional da AIS chama a atenção para a situação “dramática” que a Igreja Católica atravessa naquele país, um pouco à imagem do que acontece no resto do Médio Oriente.

Catarina Martins realça que, só em 2010, cerca de “105 mil cristãos perderam a vida por professarem a sua fé”, o que dá uma morte “em cada cinco minutos”.

Uma realidade que a organização católica apelida de “genocídio”, no seu último relatório sobre o Iraque, em que pergunta – “Haverá lugar para os cristãos?”.

O documento dá conta dos casos de violência, rapto e morte que “quase todos os dias” chegam aos ouvidos da AIS, e denuncia as “fugas em massa, de famílias que se escondem”.

“Neste momento, os cristãos são o grupo religioso mais perseguido no mundo e as pessoas não têm noção porque também não é dito”, lamenta Catarina Martins, mostrando-se confiante que a campanha poderá “tocar o coração dos benfeitores portugueses”.

O projeto da AIS dá prioridade à sobrevivência de milhares de famílias que tiveram de fugir de cidades como Bagdad, Mossul e Bassorá para procurarem refúgio em outros pontos do Iraque ou em países limítrofes.

“Quando chegam aos campos de refugiados ou quando saem para uma zona mais serena, os cristãos têm sempre vida muito complicada porque vão para zonas onde não há trabalhos, onde não há forma de poderem sobreviver”, explica a diretora nacional da organização.

Com o intuito de dar mais força a esta iniciativa, a Fundação convidou o arcebispo de Kirkuk, D. Louis Sako, para vir a Portugal, entre os dias 3 e 13 de novembro.

Nos últimos anos, a intolerância religiosa fez com que mais de 80 por cento dos cristãos tenham abandonado aquela cidade do nordeste iraquiano, situada a 240 quilómetros de Bagdad.

“Toca-nos muito mais quando ouvimos alguém que está no terreno”, aponta a diretora nacional da AIS, sublinhando que o arcebispo “vai falar não só sobre a situação do Iraque mas de outros países do Médio Oriente com os quais tem contactado”.

A passagem de D. Louis Sako inclui um ciclo de conferências sobre a “importância de ajudar os cristãos no Iraque”, que terá lugar em Lisboa, Braga e Fátima.

O programa arranca dia 3 de novembro, na igreja do Santíssimo Sacramento (Chiado), em Lisboa, a partir das 17h00.

PRE/JCP

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