Igreja/Política: Novo governo deve evitar «compadrios», diz bispo de Beja

D. António Vitalino admite necessidade de mudanças e pede sacrifícios repartidos por todos

Lisboa, 09 jun 2011 (Ecclesia) – O bispo de Beja, D. António Vitalino, espera que “os novos governantes não se deixem levar por compadrios e motivações secundárias”.

Comentando o resultado das eleições legislativas em Portugal, no último domingo, o prelado referiu à Agência ECCLESIA que era “mais do que necessário haver uma mudança”, visto que se vive “um período de instabilidade e o governo é o primeiro culpado desta instabilidade”.

Após a vitória do Partido Social Democrata (PSD) sobre o Partido Socialista (PS), António Vitalino pede também aos novos governantes que repartam “os sacrifícios por todos e não apenas por aqueles que vivem do trabalho dependente”.

Ainda no campo das soluções governativas, o bispo de Beja reconhece que existe “um grande trabalho para fazer”, mas “há bens que não são essenciais que podem ser taxados a um nível superior”.

Estando numa diocese do interior e onde se nota um aumento da desertificação, o prelado aconselha os políticos a “olharem com mais atenção” para estas regiões.

“O interior do país não tem empresas que fixem o pessoal e serviços necessários ao nível da educação e saúde”, por isso são obrigado a emigrar”, lamenta o também presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana.

O investimento no interior “é fundamental” porque “o litoral não tem capacidades para acolher tanta gente”, acrescenta.

A descoberta dos “bons recursos que existem na sociedade civil” é outro apelo deixado por António Vitalino.

Depois das eleições com a mudança do paradigma governamental, o bispo de Beja alerta que “querer um estado social à custa dos cidadãos é quase impossível”, visto que um “só funciona quando a sociedade civil está motivada”.

Apesar de condicionada pelo memorando assinado com a troika [FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu] – “há muita coisa que está escondida e que eles não podem dizer” – a nova legislatura deve “reforçar a esperança dos portugueses”, concluiu o prelado.

LFS/OC 

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