Legislativas: É preciso «restaurar a esperança dos portugueses», diz Roberto Carneiro

Antigo ministro da Educação diz que as eleições deixaram avisos a vencedores e vencidos num tempo de «adversidade»

Lisboa, 07 jun 2011 (Ecclesia) – O antigo ministro da Educação Roberto Carneiro considera que as eleições legislativas de domingo podem ser um ponto de partida para “restaurar a esperança dos portugueses”.

“Nestas eleições, em tempo verdadeiramente crísico, senão trágico, para a comunidade nacional, se vê restaurada a esperança dos portugueses, levantada a alma lusa, retomada a consciência de que poderemos vencer a adversidade apesar, e sem embargo, da troika [FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu]”, escreve, em texto hoje publicado no semanário Agência ECCLESIA.

O professor universitário destaca a esperança de “estabilidade política” e social, após a crise provocada pelas eleições antecipadas e declara que “o resultado das eleições deve ainda ser interpretado como um sério aviso àqueles que, falhos de outros argumentos, ameaçam novamente com a agitação social e as ações de rua para fazerem ouvir vozes minoritárias”.

O PSD venceu as eleições com 38,6% dos votos e 105 deputados, esperando-se que forme governo em coligação com o CDS-PP, partido que registou 11,7% dos votos, com direito a 24 deputados.

A oposição vai contar com 73 deputados do PS (28,1% dos votos), 16 da CDU (7,9%) e oito do Bloco de Esquerda (5,2%) – faltam ainda apurar os quatro mandatos dos círculos da Europa e fora da Europa [voto dos portugueses residentes no estrangeiro], que serão conhecidos no próximo dia 15.

Para Roberto Carneiro, “o povo português tem revelado uma extraordinária sabedoria sempre que é chamado a decidir, ao longo dos últimos 37 anos de vivência democrática”.

“Serve esta lição não apenas para os que, contundentemente derrotados, deixam a esfera do poder. Constitui igualmente matéria de profunda reflexão – e de aviso – para aqueles que se veem investidos na nobilíssima tarefa de, em confortável maioria parlamentar, se ocuparem da res publica a partir de agora”, assinala.

Para este especialista, “importa reafirmar bem alto a Esperança num tempo mais ético, e coerente com os valores humanistas e cristãos que desde sempre suportam a matriz civilizacional de Portugal”.

Roberto Carneiro deixa uma palavra particular aos cristãos, considerando que lhes compete “dar testemunho vivo e inequívoco” da esperança, “a virtude estratégica dos portugueses para alimentar a coragem e a determinação em virar esta folha delicada do seu livro de nove centúrias”.

OC

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