Antigo Papa visitou o local de culto mariano em 1982 e deu um contributo decisivo para a afirmação do espaço dentro da Igreja Católica
Braga, 02 mai 2011 (Ecclesia) – Milhares de peregrinos, jovens, famílias e sacerdotes acorreram este fim de semana ao Santuário do Sameiro, em Braga, para prestar homenagem ao novo beato João Paulo II.
De acordo com o reitor daquele local de culto mariano, cónego José Paulo Abreu, tratou-se antes de mais de “agradecer ao Papa a proximidade que ele demonstrou para com o Sameiro, por se ter dignado vir fisicamente ao seu encontro” e pela atribuição da “especial honra”, que foi a Rosa de Ouro.
Recorde-se que João Paulo II visitou o Santuário do Sameiro a 15 de maio de 1982, cerca de quatro anos depois do início do seu pontificado.
Em 2004 atribuiu àquele espaço a insígnia da “Rosa de Ouro”, reconhecendo a importância do Sameiro no seio da Igreja Católica, como espaço de fé e devoção.
Tendo em conta esta ligação “de grande carinho”, sublinhou o reitor à AGÊNCIA ECCLESIA, o Santuário promoveu no sábado uma vigília de oração, animada pelos jovens, e no domingo, dia da cerimónia de beatificação, uma eucaristia presidida pelo bispo auxiliar de Braga, D. Manuel Linda.
O cónego José Paulo Abreu explica que a vigília de oração foi dedicada “aos apelos à santidade que o Papa sempre deixou aos jovens” e, em particular, “à mensagem que deixou a todas as famílias”, aquando da sua visita a Braga.
Há quase três décadas atrás, o novo beato sublinhava que “na família reside e da família depende, mais do que qualquer outra sociedade, instituição ou ambiente, o futuro do homem”.
Para o reitor do Santuário de Fátima, estas palavras continuam a ecoar no coração dos bracarenses, sobretudo dos jovens, que “apesar do temporal, vibraram com esta homenagem”.
Entre os gestos carregados de simbolismo, no sábado, destaque ainda para o facto dos céus se terem enchido com balões brancos e amarelos (as cores do Vaticano) e os espaços do Santuário terem sido adornados com flores, velas e faixas comemorativas.
Já no domingo à tarde, D. Manuel Linda referiu-se a João Paulo II como “um gigante da terra”, que soube contestar aquilo que era de facto contestável e compreender as dificuldades do homem do nosso tempo”.
Chamou também a atenção para alguns dos ensinamentos deixados pelo antigo Papa para a posteridade, como a garantia de um mundo onde há salvação e há esperança; a possibilidade de conciliar modernidade com espiritualidade; e o desafio de cada cristão enquanto “andarilho de Deus”.
O prelado concluiu com uma primeira prece ao novo beato, rezando a João Paulo II para que ajude cada Homem a “escancarar as portas do coração a Cristo”.
JCP