Bispos homenageiam «gigante» da história

Ligação a Fátima e a todo o país sublinhada pelos responsáveis das dioceses portuguesas

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Roma, 30 abr 2011 (Ecclesia) – Cerca de uma dezena de bispos católicos portugueses encontra-se em Roma para homenagear João Paulo II, um “gigante da história”, segundo o vice-presidente da conferência episcopal.

“Considero que ele foi um gigante da história, daquelas figuras que apenas aparecem uma ou duas em cada século, que se dedicou de alma e coração à causa dos direitos humanos e da paz, que o levou a fazer-se peregrino por todo o mundo”, assinalou D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima.

Menos de 24 horas antes da cerimónia de beatificação do Papa polaco, no Vaticano, o prelado refere que Karol Wojtyla (1920-2005) foi ainda um “gigante da fé” e um “gigante da Igreja”, dando-lhe “um novo dinamismo, um novo vigor”.

O Papa que visitou Fátima em 1982, 1991 e 2000 foi, para o atual bispo dessa diocese, “o maior mensageiro que deu a Fátima uma projeção internacional, como nunca teve”.

D. Jacinto Botelho, bispo de Lamego, refere, por seu lado, o “testemunho de vida” e a “proximidade” de João Paulo II, que considera “extraordinárias”, sublinhando ainda a relação particular que foi criada com o nosso país.

“A nossa presença é um reconhecimento do amor que ele tinha por Portugal, o carinho e a simpatia que ele exprimia”, assinala.

A celebração deste domingo, acrescenta Jacinto Botelho, vai ser uma homenagem “adequada” à vida e obra de quem foi o “Papa de todo o mundo”.

O bispo do Funchal, D. António Carrilho, lembra, neste momento, João Paulo II como “um coração grande e generoso, um grande apóstolo sempre preocupado em encontrar caminhos de resolução para os problemas humanos”.

Este responsável aludiu também ao 20.º aniversário da visita do Papa polaco à Madeira, a única na história da região, que apresentou como uma “marca inesquecível”.

D. Serafim Ferreira e Silva, bispo emérito de Leiria-Fátima, não esconde a sua “admiração” por uma figura na qual encontrou “uma energia interior, espiritual, que contagiava, que atraía”, mesmo não crentes.

Karil Wojtyla é, para este prelado, um “modelo para a Igreja que caminha, para uma sociedade que tem problemas”, um homem que “soube perdoar ao seu agressor” [alusão ao atentado contra a vida do Papa, a 13 de maio de 1981, no Vaticano].

“Este homem fez cair o Muro de Berlim, soube ver para além dos horizontes finitos das nações e das pessoas. Eu admiro muito este homem e por isso, agora, tinha de estar aqui”, conclui Serafima Ferreira e Silva, que além de ter recebido João Paulo II em Fátima viajou com ele à Polónia, a seu convite, para a inauguração de um santuário.

A cerimónia de beatificação, que será presidida pelo Papa Bento XVI, começa às 10:00 de domingo (09:00 em Lisboa), é hoje precedida por uma vigília de oração no Circo Máximo, em Roma, com uma ligação em direto ao Santuário de Fátima, entre outros.

OC

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