Igreja/Crise: «Há que repor a verdade, os princípios, os valores»

Comissão Diocesana «Justiça e Paz» de Viseu chama a atenção para «o potencial de mudança» que a atual conjuntura económica encerra

Viseu, 26 abr 2011 (Ecclesia) – A Comissão Diocesana “Justiça e Paz” de Viseu espera que a crise económica que o país atravessa, “uma procissão que ainda vai no adro”, só será ultrapassada com “uma profunda revisão dos ‘valores’ que a geraram”.

“Nada adiantará pretender consertar o teto e as paredes do edifício, sem previamente firmar os alicerces: à busca desenfreada do ter como fator de felicidade, há que contrapor a construção do ser; ao oportunismo, o trabalho e a honestidade; ao egoísmo, a solidariedade para com quem não teve as mesmas oportunidades. Mas acima de tudo, há que repor a Verdade, os Princípios, os Valores” defende o organismo, num comunicado enviado hoje à AGÊNCIA ECCLESIA.

Para os membros da Comissão, mais do que “imputar aos políticos a responsabilidade da situação e a esperar que eles a resolvam” é preciso “ir ao fundo da questão”, avaliando as causas que estão por trás da crise e, sobretudo, avaliando a “quota-parte” de cada um na eclosão do problema.

“Haveremos de reconhecer que muita gente, embarcando no erro crasso de que poderia viver acima das possibilidades, deixou-se embriagar na espiral do consumismo, jamais lhes passando pela cabeça que haveria de chegar o momento de apresentação da fatura” sustentam aqueles responsáveis, identificando como “face positiva da crise” uma hipótese de mudança, sobretudo ao nível moral.

Considerando como “missão da Igreja denunciar os falsos valores que estiveram na génese da crise moral”, a Comissão Diocesana “Justiça e Paz dá como exemplos “a legalização do aborto”, que ameaçou “o direito à vida nascente”; a “abertura desordenada ao divórcio”, que afetou “a estabilidade do casamento”.

Critica ainda a “substituição flagrante” de princípios como a Solidariedade, o Bem Comum ou a Subsidiariedade pelo “oportunismo dos mais bem posicionados” e por “um Estado Social que quis chamar a si o múnus de tudo fazer”.

“Se a sociedade aproveitar esta crise para, refletindo sobre as suas causas, retificar o que está errado, não será em vão o sacrifício que ora temos que suportar” conclui organismo católico viseense.

JCP

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