Discurso do Papa ao novo embaixador da Nicarágua João Paulo II mostrou no passado fim-de-semana a sua convicção de que só é possível erradicar a pobreza se o poder público se comprometer na luta contra a corrupção. “Na luta contra a pobreza, é um factor importante a erradicação da corrupção, que mina o justo desenvolvimento social e político de tantos povos”, sublinhou. O Papa exigiu que as situações de “extrema pobreza” que se vivem na Nicarágua não se convertam em “pobreza endémica”, ao receber, este sábado, as cartas credenciais do novo embaixador de Manágua, Armando Luna Silva. No discurso papal reconhece-se que as situações de extrema pobreza “são a primeira injustiça” e que “a sua eliminação deve representar para todos uma prioridade tanto no âmbito nacional como no internacional”. “Tais esforços unidos aos da comunidade internacional, cuja ajuda deve ser bem administrada com uma gestão transparente, honesta e eficaz, são pressupostos imprescindíveis para construir uma sociedade pacífica, justa e solidária”, afirmou o Papa. Por último, João Paulo II garantiu a colaboração dos bispos, sacerdotes, e religiosos da Nicarágua, nos “campos específicos da sua actividade, para que seja mais viva em cada um a responsabilidade de fazer mais favoráveis as condições de vida para todos, pois o serviço integral ao homem forma também parte da missão eclesial”. Dos mais de cinco milhões de habitantes de Nicarágua, 89,12% são católicos, segundo o Anuário Estatístico da Igreja.
