Vaticano: Papa apela à «purificação» da humanidade

Bento XVI lembra São João da Cruz, poeta e místico do século XVI, para afirmar que a santidade não é «privilégio de alguns»

Cidade do Vaticano, 16 Fev (Ecclesia) – Bento XVI apelou hoje à “purificação” da humanidade, afirmando que a santidade não é “privilégio” de poucas pessoas.

“Exorto-vos a entrardes de modo sempre mais decidido no caminho de purificação do coração e da vida, para irdes ao encontro de Cristo: somente nele jaz a verdadeira felicidade”, disse, em português, aos peregrinos reunidos na sala Paulo VI, do Vaticano.

Na audiência publica semanal, realizada esta manhã, o Papa apresentou uma reflexão sobre São João da Cruz, espanhol nascido em 1542 e falecido em 1591, religioso carmelita que é visto como uma das referências da história da espiritualidade da Igreja Católica

O Papa destacou o facto deste santo ser “um dos mais importantes poetas líricos espanhóis” e disse que as suas obras propõem “um caminho de purificação da alma pela acção misteriosa do Espírito Santo até à união do amor com Deus”.

“São João da Cruz, cantor do Amor divino, exorta-nos a empreender resolutamente o caminho de purificação do nosso coração e da nossa vida, para reencontrar a luz de Cristo para além das nossas obscuridades humanas”, prosseguiu.

Para Bento XVI, “a santidade não é um privilégio de alguns, é a vocação a que cada cristão é chamado” e a fé em Cristo não é “um fardo”, mas a luz que ajuda na vida quotidiana.

[[v,d,1813,Saudação de Bento XVI em português ]]Na sua intervenção em português, o Papa recordou que, há duas semanas, apresentou “a figura da grande mística espanhola Teresa de Jesus”, contemporânea de João da Cruz, ambos reformadores da “Ordem Carmelita”.

Bento XVI falou das “qualidades humanas e resultados no estudo”, para além da “profunda doutrina mística” de São João da Cruz que, após ter sido ordenado sacerdote, “conheceu Santa Teresa, à qual expôs o plano reformador para a sua ordem religiosa, que daria origem aos Carmelitas Descalços”.

“A sua adesão à reforma, devido a injustiças e incompreensões, causou-lhe muito sofrimento”, constatou o Papa, que elencou as principais obras do poeta e místico espanhol: Subida ao Monte Carmelo, Noite Escura, Cântico Espiritual e Chama viva de Amor.

Após a catequese, Bento XVI saudou as Missionárias da Caridade, congregação religiosa fundada pela “inesquecível” Madre Teresa de Calcutá, agradecendo-lhes pelo seu “alegre testemunho cristão”.

Presentes na sala, com capacidade para mais de seis mil pessoas, estavam também os coordenadores regionais do chamado «Apostolado do Mar», a quem o Papa encorajou a “encontrar respostas pastorais adequadas aos problemas dos marítimos e das suas famílias”.

Ainda nas saudações em italiano, Bento XVI dirigiu-se aos representantes de uma instituição bancária, pedindo “um compromisso cada vez maior ao serviço das verdadeiras necessidades sociais”.

OC

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Agência ECCLESIA

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