Educação: Excelência e solidariedade

«Serviço de caridade fundamental na integração social» não pode ser penalizado e discriminado, defende padre Miguel Yañez

Fátima, Santarém, 29 Jan (Ecclesia) – A proposta educativa cristã deve basear a excelência em princípios de solidariedade, sublinha Miguel Yañez, sacerdote jesuíta e professor de teologia moral na Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o sacerdote argentino considera a presença da Igreja Católica na área educativa um “serviço de caridade fundamental na integração social”.

“Se queremos uma promoção social dos mais pobres e mais débeis, a educação é uma arma imprescindível”, assinala o padre Miguel Yañez, considerando que a Igreja, “oferecendo um serviço social, não deveria ser penalizada e discriminada, mas antes apoiada”.

“É preciso inteligência na concepção política de uma sociedade”, refere o convidado do Fórum de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), que decorre em Fátima até Domingo, dia 30, onde profere duas conferências – «A fractura social: pobreza e as opções da Igreja» e «A fractura ideológica: a sexualidade no contexto da antropologia cristã».

A Igreja Católica pode contribuir para “mudar o paradigma da educação” e aproximar “níveis sociais nas suas escolas”, em ordem a um sistema “mais humano”, refere Miguel Yañez.

O sacerdote jesuíta preconiza “estratégias concretas e contactos reais” entre a comunidade escolar e situações de pobreza.

“O voluntariado tem crescido muito, em especial na Europa, e pode ser uma resposta na ajuda do conhecimento de uma realidade que, esperamos, possa envolver as pessoas no seu local de trabalho e no âmbito da sua profissão”.

Segundo Miguel Yañez a sociedade “pluralista e globalizada” apresenta “oportunidades para a Igreja e para a humanidade”, mas “deixa um pouco a desejar, pelo menos do ponto de vista cristã e humano”.

“Crescemos muito no século XX, no que à tecnologia e ciência diz respeito. Contudo, parece-me que a humanidade tem de dar um salto qualitativo sobre a moralidade pessoal e social”.

Para o sacerdote, a sociedade não está a saber lidar com as pessoas “excluídas de um vertiginoso crescimento económico”.

A Igreja “não pode calar a sua voz profética”, que se manifesta nos seus “ensinamentos” e, sobretudo, “através de todos os cristãos inseridos na sociedade”, tornando presente um estilo de vida “contra-cultural” 

O Fórum de EMRC sob o tema «Pelos seus actos os reconhecereis – a Proposta Cristã na Escola», decorre até Domingo, 30 de Janeiro, e concentra em Fátima cerca de 300 professores.

Cem docentes seguem também o encontro através da plataforma virtual disponibilizada pelo Secretariado Nacional de Educação Cristã, responsável pela organização do Fórum.

Os conteúdos podem ainda ser seguidos através do twitter e do facebook, redes sociais da Internet.

LS

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