Padre Federico Lombardi considera que o Papa foi exemplar na gestão dos casos de abusos sexuais por parte do clero
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, considera que o Papa teve intervenções “exemplares” na gestão dos casos de abusos sexuais por parte do clero.
Numa entrevista à «Rádio Vaticano», para balanço do ano 2010, o director da sala de imprensa da Santa Sé diz que o Papa soube indicar “a direcção certa” para superar este “drama”.
Depois de lembrar que a questão já se tinha levantado nos EUA e na Irlanda, o padre Lombardi admitiu que “no decorrer deste ano, o problema colocou-se com força, noutros países europeus, o que suscitou reacções visíveis e desconforto”.
Este responsável ressaltou a atitude de Bento XVI, “ouvindo as vítimas em várias oportunidades, numa atitude de prontidão em ouvir, compreender, participar no sofrimento”.
Nesse sentido, defendeu que Bento XVI realizou “muitos actos e intervenções que foram exemplares sobre como e com qual espírito enfrentar este problema”, que deve levar a Igreja a uma “renovação profunda”.
“Estamos, por isso, na direcção certa para superar o drama deste escândalo, que feriu profundamente muitas pessoas, mas que deve ser tomado como uma oportunidade para uma renovação, para uma capacidade de ouvir, para uma reflexão profunda “, apontou o porta-voz do Vaticano.
Em 2010, o Papa realizou cinco viagens internacionais, quatro visitas pastorais na Itália, escreveu uma exortação apostólica, convocou um Sínodo e um Consistório, concedeu mais de 40 audiências públicas e deu uma entrevista ao jornalista Peter Seewald que está na origem do livro «Luz do Mundo».
Sobre esta obra, em particular, o padre Lombardi diz que este ano permitiu descobrir “as características específicas” do Papa quanto à área da comunicação, que levaram a “fórmulas novas”.
Além da entrevista, o director da sala de imprensa da Santa Sé alude ao livro “Jesus de Nazaré”, cujas segunda e terceira partes estão para ser publicadas, escrito por um “Papa teólogo”.
O padre Lombardi referiu-se ainda às perseguições contra os cristãos, “principalmente nos países do Médio Oriente” e aos “problemas colocados à liberdade religiosa, de consciência, dos cristãos na China”.
A transcrição da entrevista, em italiano, está disponível no site oficial da «Rádio Vaticano».