Maria Barroso, presidente da Fundação Pro Dignitate, chama a atenção para requerentes de asilo e migrantes irregulares
A presidente da Fundação Pro Dignitate, Maria de Jesus Barroso, defende que “as convenções dos Direitos Humanos não podem reduzir-se a meras intenções”, tendo de converter-se em “prática constante em todos os países”.
A autora do prefácio da obra “Muros que nos separam”, apresentada esta Sexta-feira em Lisboa, recordou que o marido, Mário Soares, teve de emigrar para França devido à “ditadura” e “perseguições constantes”.
“Apesar de tudo ele era um emigrante com certa qualidade de vida e não estava sujeito a certas condições de pessoas mais humildes. Muitos viviam nos chamados ‘bidonville’ [bairros de habitações precárias], e eram quase coisas, objectos. Pensar que alguém possa passar por circunstâncias dessas no nosso país faz-me grande impressão”, disse à Agência ECCLESIA.
A antiga primeira-dama considera que têm sucedido casos em que os requerentes de asilo e migrantes irregulares são recebidos em Portugal “com uma certa hostilidade”.
Referindo-se ao livro que prefaciou, a presidente da Pro Dignitate refere tratar-se de “um verdadeiro código dos direitos dos cidadãos que se acolhem ao nosso país, na intenção de encontrarem um mínimo de condições para viverem com dignidade e serem minimamente felizes”.
Maria de Jesus Barroso elogiou o trabalho desenvolvido pelo Serviço Jesuíta aos Refugiados no quadro da parceria estabelecida com o Estado e uma ONG no único centro de detenção de requerentes de asilo e migrantes irregulares existente em Portugal, bem como pela informação sobre as migrações que é divulgada por aquela instituição da Igreja Católica.