Bispos portugueses pedem maior envolvimento da comunidade eclesial na preparação dos novos padres
Só faz sentido olhar com esperança para as vocações sacerdotais e para a presença da Igreja no mundo contemporâneo se esta for uma preocupação não só dos Seminários mas de toda a comunidade eclesial.
Até ao próximo Domingo, dia 14 de Novembro, a Igreja Católica celebra a Semana dos Seminários, este ano dedicada ao tema “Seminário, comunidade dos discípulos de Cristo e irmãos no presbitério”.
Para D. Jorge Ortiga, se neste tempo “importa repensar a vida em função da comunhão, também se impõe a responsabilidade e o compromisso de toda a pastoral de caminhar em comunhão com o Seminário, com gestos de gratidão e sinais de amor”.
Numa mensagem dedicada à Semana dos Seminários, à qual a agência ECCLESIA teve acesso, o arcebispo de Braga convida as comunidades paroquiais a viverem fortemente estes dias, salientando que “a palavra de Deus, comunicada e partilhada com alegria gera comunhão, suscita testemunhos, experiências de vida e de fé geradoras de vocações”.
“O nosso amor aos Seminários deverá reflectir-se na oração pessoal e comunitária; na proposta vocacional das famílias, dos catequistas, dos animadores, movimentos e dos párocos; na generosidade fraterna e material aos jovens que se formam nos Seminários” acrescenta ainda o mesmo responsável.
Estas interpelações, deixadas pelo actual presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, expressam a preocupação da Igreja em responsabilizar mais as comunidades eclesiais, no desenvolvimento das vocações sacerdotais.
D. Manuel Clemente, na sua nota pastoral para a Semana dos Seminários, realça que “um padre aparece na Igreja” não só porque “ela o pede ao Senhor da messe” mas também porque “a Igreja descobre e acompanha as vocações que nela vão surgindo, nas famílias, nas paróquias e nos seminários”.
Definindo o seminarista com alguém que “actualiza em si o caminho do jovem Jesus”, o bispo do Porto reforça que “acompanhar os nossos Seminários, com oração e generosidade, é acolher este grande mistério e corresponder-lhe de todo o coração”.
No entanto, os testemunhos deixados pelos dois bispos não esquecem que o exemplo terá de vir também de dentro das próprias instituições formadoras.
D. Jorge Ortiga sumariza esta questão afirmando que “se o Seminário é o local onde os discípulos de Jesus crescem em humanidade e espiritualidade, mediante o encontro íntimo com Cristo, isso contagiará outros jovens que queiram discernir a sua vida em comunidade de irmãos na fé”.
Braga e Porto são actualmente duas das dioceses com maior número de vocações no país, contando com um total de sete instituições de formação vocacional.