Bispos da Bélgica querem tirar as «lições que se impõem» dos casos de abuso sexual de menores por parte de padres

Prelados anunciam abertura de «centro para o reconhecimento, cura, readaptação e reconciliação»

Os bispos da Bélgica “estão determinados a tirar as lições que se impõem depois dos acontecimentos horríveis destes últimos meses” relativos ao abuso sexual de menores por parte de padres.

Em comunicado divulgado no site da Conferência Episcopal Belga, os prelados anunciam que estão dispostos a colaborar com vítimas e especialistas com vista à abertura de um “centro para o reconhecimento, cura, readaptação e reconciliação”.

A primeira das medidas avançadas pelos bispos consiste em envolver as vítimas no planeamento de iniciativas que visem atenuar os prejuízos causados pelos casos de abuso.

“Quatro especialistas serão colocados à disposição para estabelecer discussões preliminares sobre as possibilidades de colaboração entre todas as partes interessadas, incluindo as vítimas”, indica a nota da Conferência Episcopal.

Até à entrada em funcionamento do centro, que deverá ocorrer até ao fim deste ano, será aberta uma estrutura informativa, com poderes limitados, para onde as vítimas ou os seus familiares podem pedir esclarecimentos através de telefone ou correio electrónico.

O bispo de Malines-Bruxelas, D. Joseph Léonard, referiu-se ontem às conclusões da “Comissão Adriaenssens”, criada pela Conferência Episcopal para investigar os casos de abuso de menores.

Os testemunhos “fazem-nos estremecer”, afirmou o prelado em conferência de imprensa, acrescentando que “o abuso sexual mina radicalmente tudo aquilo que pode ser dito de Deus”.

O relatório “Adriaenssens”, divulgado na última semana, assinalou a existência de cerca de 300 alegados casos de abuso sexual, sobretudo de menores, cometidos pelo clero belga.

A investigação concluiu que 13 alegadas vítimas suicidaram-se na sequência dos abusos, que incidiram sobretudo sobre rapazes (2/3 do total de casos apurados).

Entre os envolvidos encontra-se o antigo bispo de Bruges, D. Roger Vangheluwe, que pediu a resignação este ano depois de admitir ter abusado de um rapaz antes e depois da ordenação episcopal.

Com Agências

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