Cristiana Galante esteve 45 dias em missão através da Fundação Champagnat
Uma nuvem de pó resultado das muitas crianças que numa alegria enorme foram receber os novos voluntários é a primeira imagem que Cristiana Galante guarda dos instantes iniciais na missão de Chibuluma, na Zâmbia.
Foi através da Fundação Champagnat, ligada à congregação dos irmãos maristas, que esta educadora de infância esteve 45 dias em missão. Educadora de profissão esta jovem de 30 anos foi continuar o trabalho que desenvolve em Portugal, mas em condições muito diferentes.
Estar longe da família e dos amigos, explica Cristiana, “obriga-nos a pensar na vida e a valorizar o que temos”.
Na escola onde fazia diversas actividades com crianças recorda que um dia levou “lápis e um afia para que as crianças pudessem pintar. No dia seguinte uma criança apareceu com lápis muito pequeninos que possivelmente teriam sido deixados por outros missionários, a pedir para os afiar”.
As crianças, conta, não tinham o mínimo de condições para viver, mas mesmo assim, “estavam sempre felizes e com um sorriso na cara”, recorda à Ecclesia sem esconder os afectos estabelecidos.
O contacto com a realidade “foi duro”. Crianças sem condições “que deveriam ter o mínimo estabelecido universalmente” e o equilíbrio entre “a vontade de dar e não poder criar dependências” conduziram esta educadora de infância que, agora em Portugal, emprega a sua experiência a favor das crianças que educa.
“Todos os dias dou um pouco do que vivi aos meus alunos e tento fazer com que valorizem o que têm”, explica Cristiana Galante.
Num mundo “consumista onde vivemos e onde tudo é fácil”, esta educadora gerou projectos de ajuda entre crianças de 3 e 5 anos. “Criámos um projecto de mealheiros para a Zâmbia e sempre que posso tento partilhar os momentos fantásticos que vivi na Zâmbia e que marcaram a minha vida”.
Este testemunho de missão pode ser ouvido no programa que a Ecclesia transmite na Antena 1, às 22h45m.