Arcebispo de Caracas convidado a expor denúncias contra o Governo na Assembleia Nacional

A presidente da Assembleia Legislativa da Venezuela, Cilia Flores, convidou o arcebispo de Caracas, cardeal Jorge Urosa Savino, a comparecer no plenário para expor as suas denúncias face ao Governo.

O prelado acusou o Executivo e o presidente da República, Hugo Chávez, de passar “por cima da Constituição” e de querer guiar o país “pelo caminho do socialismo marxista, que domina todos os espaços, é totalitário e conduz a uma ditadura, que nem sequer é do proletariado, mas antes da cúpula que governa”.

Numa declaração publicada em Roma a 7 de Julho, o cardeal Jorge Urosa começa por referir-se às “agressões verbais” e ao “escárnio público” a que o presidente da República o tem submetido, afirmando que Hugo Chávez “não tem licença para insultar, difamar nem injuriar nenhum venezuelano”.

No entender do arcebispo, a conduta do Governo é “inconstitucional e ilegal, mas sobretudo atenta contra os direitos humanos, civis e políticos”.

O Governo, assinala o prelado, “descuida as suas tarefas constitucionais primárias”, como proteger a “segurança do povo”, “promover uma melhor assistência no campo da saúde” ou “manter a infra-estrutura de estradas e meios de transporte”.

Na resposta, Cilia Flores sublinha que o cardeal foi nomeado para o cargo por uma “autoridade alheia ao povo venezuelano” e acusou-o de repetir posições dos partidos da oposição.

No pronunciamento publicado no site da Assembleia Nacional, a presidente daquele órgão de soberania defende que as palavras do arcebispo da capital venezuelana “representam uma nova agressão da hierarquia da Igreja Católica” contra o “povo” e os “poderes públicos”, podendo considerar-se “uma intromissão”.

O órgão de soberania denuncia “a oligarquia eclesial” vinculada “aos sectores fascistas da oposição”, ao mesmo tempo que manifesta o seu apoio “aos cristãos e cristãs de base, sacerdotes, monjas e leigos, que no cumprimento dos ensinamentos de Jesus renunciaram às pompas e vaidades para se misturarem como irmãos com o povo, ensinando com o seu exemplo o que é um autêntico cristão”.

A declaração termina com um convite ao Cardeal Jorge Urosa “para que explique diante da Comissão Coordenadora da Assembleia Nacional as razões sobre as quais sustenta as suas denúncias”.

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