Procissão da Rainha Santa em Coimbra

Os habitantes de Coimbra e os forasteiros saudaram, ontem (dia 8 de Julho), a rainha santa, D. Isabel de Portugal, a mulher que, distribuindo rosas que se transformam em pão, obteve por aclamação o estatuto de excelsa Padroeira.

Na saudação proferida pelo Pe. Jesus Ramos, em nome do Povo de Coimbra, no largo da Portagem que durante séculos foi a praça de entrada na cidade, realçou-se alguns aspectos da vida desta mulher e soberana que “pode servir de sinal luminoso para quantos, neste tempo de conturbada mudança, pretendam seguir as vossas pegadas de anunciadora da harmonia, da verdade sem disfarces e do bem sem fronteiras”.

À espera da rainha santa estavam crianças e jovens, adultos e idosos, homens e mulheres “de todas as condições sociais, de todos os quadrantes do pensamento e dos mais variados campos da actividade humana”.

Na cidade dos estudantes, o Pe. Jesus Ramos sublinhou a presença destes que “se preparam para enfrentar as dificuldades de um futuro que se apresenta num horizonte semeado de preocupantes obstáculos e de inquietantes apreensões”.

Os que enfrentam dificuldades de toda a ordem não foram esquecidos na saudação. Homens e mulheres que, de um momento para o outro, foram “atirados para as filas intermináveis dos que procuram, quase desesperadamente, uma oportunidade de trabalho que lhes permita viverem de cabeça levantada e os realize na sua dignidade de seres humanos”

Perante a “penalizante incerteza do dia de amanhã”, o Povo de Coimbra e os seus visitantes “estão hoje à espera que a sua Rainha, exercendo aqui o ministério profético que lhe cabe pelo seu reconhecido estatuto de santidade, lhes faça ecoar, mais no coração que nos ouvidos, uma mensagem que sirva, ao mesmo tempo, de alento aos que vão tendo dificuldades em desamarrar o seu barco da margem escarpada e íngreme da sua penosa condição, e de estímulo aos que, remando, tantas vezes contra a corrente, aceitam, com coragem, o desafio de quererem assumir-se, neste mundo e neste tempo, como sinais vivos do amor, do perdão, da justiça e da paz” – disse o Pe. Jesus Ramos.

Num tempo em que, “perversamente, são postos em questão os próprios fundamentos naturais da família”, o padre de Coimbra alertou para os perigos da inversão dos valores. “Através de leis ultrajantes e iníquas, feitas à revelia da consciência e baseadas num falso conceito de liberdade – porque só há liberdade de facto quando se busca ardentemente a verdade – , é de temer que estejamos perante os sinais não apenas de uma saudável mudança nas linhas de rumo de um País ou de um Continente, mas, como aconteceu em semelhantes circunstâncias de outras épocas da história, diante da iminente derrocada de uma inteira civilização” – garantiu.

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