Ano Sacerdotal deixou marcas

Secretário da Comissão Episcopal das Vocações regista interpelações de Bento XVI

No encerramento do Ano Sacerdotal, Bento XVI deixou “muitas interpelações profundas” aos padres e lembrou-lhes “aquilo que é a sua principal identidade, ao definir a sua acção não como um ofício, mas como um sacramento”, disse à Agência ECCLESIA o Pe. Jorge Madureira, secretário da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios.

O ano sacerdotal “deixou marcas” aos padres, mas “existem muitos conteúdos que estão a amadurecer”. Interpelações que “trazem desafios e provocações à formação inicial nos seminários” – confidenciou.

A Igreja viveu de Junho de 2009 a Junho de 2010, o Ano sacerdotal. Na celebração de encerramento, 11 de Junho, o Papa recordou aos presentes as “acções do pastor: a preocupação pelas pessoas que lhes estão confiadas”. Nessa preocupação deverá existir “uma acção de orientação, mas, em simultâneo, de solicitude por aquelas partes do rebanho que precisam de ser procuradas e reencontradas nas suas dispersões” – frisou o sacerdote da diocese do Porto.

Presente em Roma no encerramento do ano sacerdotal, o Pe. Jorge Madureira sublinha que o pastor “não deve apenas cuidar daqueles que estão dentro do redil, mas ir para além desse redil”.

A identidade do padre foi uma temática abordada no Simpósio do Clero, realizado em Setembro no ano transacto. A “renovação interior” do sacerdote é fundamental para “um compromisso mais incisivo na sua missão evangelizadora” – disse.

Tanto no encerramento como na visita a Portugal, Bento XVI dirigiu-se aos padres “com carinho, estima e gratidão”. “Faz-nos encontrar com a importância do nosso ministério e com a beleza dele” – referiu o Pe. Jorge Madureira.

A vida do Cura d´Ars (João Maria Vianney) é um exemplo para os padres. “Foi o modelo proposto para este ano, mas a vida dele produziu muitos frutos”. E acrescenta: “não podemos permanecer insensíveis a este exemplo de vida”.

Nascido nos finais do século XVIII (1786) e falecido na segunda metade do século XIX (1859) a época de João Maria Vianney é diferente da vivida actualmente. “A complexidade é diferente, tal como a situação que somos chamados a viver hoje” – salienta o padre da diocese do Porto. “A fidelidade ao sacerdócio e o grande amor pela igreja e pelas pessoas” são os exemplos a seguir “na actual circunstância e complexidade do nosso tempo”.

E conclui: “confio que toda essa riqueza e reflexão amadurecida vai sustentar um momento de viragem que era importante realizar”.

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Agência ECCLESIA

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