Bento XVI realça importância de Chipre nos primeiros anos do cristianismo

Primeiro discurso de um Papa na ilha do Mediterrâneo Oriental

No primeiro discurso de um Papa em Chipre, Bento XVI salientou o papel da ilha nos primeiros anos da expansão do cristianismo, referiu-se à comunidade católica e falou da entrega do documento preparadtório do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente.

“Seguindo as pegadas dos nossos pais comuns na fé, São Paulo e São Barnabé, venho ter convosco como peregrino e servo dos servos de Deus”, afirmou Bento XVI no aeroporto internacional de Paphos, numa alusão a duas das figuras envolvidas no primeiro anúncio do cristianismo fora da Palestina.

“Desde que os Apóstolos trouxeram a mensagem cristã a estas costas”, Chipre tem sido abençoado pela “herança cristã”, sublinhou Bento XVI.

O encontro com a comunidade católica é uma das motivações da 16.ª viagem internacional do Papa: “Como sucessor de Pedro, venho de maneira especial saudar os católicos de Chipre, para os confirmar na fé e os encorajar a serem simultaneamente cristãos e cidadãos exemplares”.

Na sua alocução, Bento XVI referiu-se igualmente à entrega que vai fazer do documento preparatório (“Instrumentum Laboris”) da Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, agendada para Outubro deste ano, em Roma.

A iniciativa “examinará muitos aspectos da presença da Igreja na região e os desafios que os católicos enfrentam, às vezes em circunstâncias difíceis”, disse o Papa, considerando que Chipre é o espaço “apropriado” para lançar a reflexão sobre o papel da multissecular comunidade cristã no Médio Oriente.

A assembleia vai também ser uma manifestação de “solidariedade com todos os cristãos da região”, na convicção de que eles “têm um papel insubstituível a desempenhar na paz e reconciliação entre os seus povos”.

Depois das primeiras palavras da alocução, proferidas em grego, Bento XVI prosseguiu a sua intervenção em inglês, tendo saudado o presidente do país, Demetris Christofias, e Crisóstomo II, arcebispo cristão ortodoxo de Chipre.

O discurso papal lembrou a importância de Chipre como encruzilhada de culturas, religiões e civilizações, que, apesar de antigas, continuam a ter “um impacto forte e visível” na vida da nação.

Com a adesão à União Europeia, afirmou Bento XVI, a nação “começou a testemunhar os benefícios do estreitamento dos laços políticos e económicos” com outros países.

O Papa espera que a entrada naquela comunidade conduza “à prosperidade” no país e que outros europeus sejam enriquecidos pela “herança espiritual e cultural” de Chipre, fruto da posição geográfica que o coloca “entre a Europa, Ásia e África”.

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Agência ECCLESIA

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