Bento XVI atrai os jovens e é seu interlocutor privilegiado
Para lá dos estereótipos e dos clichés, Bento XVI é o amigo dos jovens, quer a comunicação social goste ou não, quer ache quer não. A Igreja sabe disso e os jovens também.
Há pouco menos de um mês, no porto de La Valeta, na ilha de Malta, falou com os jovens de forma profunda e muito próxima. Evocando o exemplo de São Paulo, disse-lhes: «Quando era jovem, São Paulo teve uma experiência que o transformou para sempre». E, de forma sugestiva, referiu: «Cada encontro pessoal com Jesus é uma arrebatadora experiência de amor». Bento XVI está convencido e não se cansa de repetir a todos que «o Cristianismo não é uma moral mas uma Pessoa» (Mensagem na XXV Jornada Mundial da Juventude, 2010), e com uma Pessoa deve cultivar-se uma relação pessoal.
Assim o tema da amicitia Christi – que é uma referência clássica na espiritualidade e na patrística e que o Papa conhece tão profundamente – é aquele que mais tem desenvolvido na sua homilética e, muito especialmente, no diálogo pastoral com os jovens, desde a homilia de início do ministério («só na amizade com Cristo se abrem de par em par as portas da vida») até Malta («não tenhais medo de ser amigos íntimos de Cristo») e, ainda mais recentemente, a 02 de Maio, em Turim («Jesus quer mesmo ser vosso amigo»).
Para promover essa amizade com Cristo, Bento XVI tem-se mostrado ele próprio amigo dos jovens. Tem sido o amigo dos jovens ao manter a relação iniciada por João Paulo II nas Jornadas Mundiais da Juventude e tem-no sido a título pessoal no seu ministério pastoral e exemplo. Talvez chegou a hora de deixar, de uma vez por todas, de dizer que João Paulo II ainda é o preferido dos jovens porque Bento XVI é o Papa que Deus concedeu à Igreja há já cinco anos… e os adolescentes que tinham catorze e quinze anos na sua eleição são os jovens de dezoito e dezanove de hoje (e que já não têm uma imagem vívida de João Paulo II…) e os jovens que tinham vinte e vinte e cinco anos entraram definitivamente na idade adulta, ao menos cronologicamente, e até é saudável que a sua referência ao Papa já não seja apenas pelo prisma dos «jovens». Para os jovens de hoje, ano dois mil e dez, o Papa é Bento XVI e o Papa é o amigo dos jovens.
Está mais do que visto – foi evidente no Fátima Jovem e está a sê-lo nas iniciativas movidas pelas dioceses de Lisboa, Leiria-Fátima e Porto – que Bento XVI atrai os jovens e é seu interlocutor privilegiado, em nome de Cristo e em nome da Igreja. Será que todos os agentes de pastoral estamos convencidos disso? Portanto, em coro, na próxima terça-feira, não podemos dizer outra coisa senão: «Bem-vindo seja, Santo Padre, a Portugal!» e, na sexta-feira, «Até para o ano, em Madrid, se Deus quiser!».
P. Pablo Lima, Director do DNPJ