O bispo de Augsburg, Alemanha, apresentou a resignação em carta enviada ao Papa, no seguimento de denúncias que o acusavam de ter batido em antigos alunos de um orfanato católico.
“Com a sua demissão ele pretende evitar outros danos à Igreja” e “permitir uma renovação”, informa o secretariado da diocese de Augsburg em comunicado publicado esta Quinta-feira.
“A controvérsia persistente em torno da sua pessoa afectou seriamente os padres e os crentes da diocese durante estas últimas semanas”, explica a nota.
“Tenho e tive sempre consciência das minhas próprias fraquezas” em “40 anos de padre e 14 anos de serviço episcopal”, declara D. Walter Mixa, citado no comunicado.
“Peço novamente perdão a todos aqueles com quem possa ter sido injusto e a todos a quem causei problemas”, acrescenta o prelado de 68 anos.
O presidente da comissão central dos católicos alemães, Alois Glück, considera que a resignação será aceite por Bento XVI: “outra coisa seria inimaginável”, declarou a uma rádio.
No entender do responsável, D. Walter Mixa poderia ter evitado esta “tragédia pessoal” se tivesse tido “desde o início um procedimento mais aberto”.
O bispo, que entrou na diocese de Augsburg a 1 de Outubro de 2005, estava no centro de uma polémica depois de a imprensa ter publicado testemunhos de antigos alunos do orfanato católico de Schrobenhausen, que o acusavam de violências físicas cometidas nos anos de 1970 e 1980, quando era padre naquela comunidade.
Depois de num primeiro tempo ter desmentido categoricamente os depoimentos, D. Walter Mixa admitiu ter batido nos estudantes e pediu desculpa por esses actos.
O prelado, que na altura era o responsável pela fundação que administrava o orfanato, foi também acusado de ter desviado dinheiro da instituição.
O presidente da Conferência Episcopal Alemã, D. Robert Zollitsch, sugeriu na Quarta-feira a D. Walter Mixa, que fizesse “uma pausa”.
Com AFP