Compromisso de Bento XVI no diálogo com o judaísmo

“O compromisso de Bento XVI de repúdio ‘incondicional’ do anti-semitismo e da negação do Holocausto por parte da Igreja” é sublinhado esta Quinta-feira num artigo de opinião de Esther Mucznik.

Na sua coluna semanal no “Público”, a investigadora em assuntos judaicos lembra que o Papa prosseguiu o “caminho de João Paulo II nas relações católico-judaicas”, empenhamento que assumiu no início do pontificado e que reiterou por diversas vezes, “a última das quais já em Janeiro deste ano na sinagoga de Roma”.

Referindo-se aos casos de pedofilia, que classifica de “duplo crime” devido ao seu âmbito judicial e à quebra de confiança que muitos depositaram nas instituições eclesiais, Esther Mucznik diz que é “abusivo condenar a Igreja no seu todo e centrar o alvo em Bento XVI”.

“Para muito boa gente, esta é uma ocasião ideal para um ajuste de contas com a Igreja e com este Papa mal-amado, acusando-o de ser responsável por esconder o crime, quando na realidade ele é o primeiro a denunciá-lo abertamente”, escreve a articulista.

No entender de Esther Mucznik, “o pedido de perdão não sara as feridas, nem apaga o mal feito. Mas é um passo essencial para uma mudança de comportamento. É ele que poderá permitir a separação do trigo e do joio”.

“Como judia, prossegue, acho que há na história da Igreja muitas razões para [a] aversão [a ela], mas também lhe reconheço, nas últimas décadas, uma capacidade autocrítica, sem igual nas outras religiões.”

“Goste-se ou não, a Igreja Católica é uma referência desse mundo”, refere Esther Mucznik.

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