Descobrir a verdadeira imagem do Papa

A um mês da chegada de Bento XVI a Portugal, o coordenador geral da visita, D. Carlos Azevedo, avalia os preparativos em curso

O Coordenador-geral da Visita de Bento XVI a Portugal, D. Carlos Azevedo, considera que existe uma campanha contra a Igreja e contra o Papa («só quem não tiver olhos é que não vê») e que é altura do «povo de Deus» lhe pedir que continue a ser o pastor “excepcional que é», sem medo e com a coragem de «enfrentar os problemas da Igreja com lucidez».

A um mês da chegada de Bento XVI (a visita decorre de 11 a 14 de Maio), D. Carlos Azevedo afirma que é tempo de dar a conhecer a «verdadeira imagem» do Sumo Pontífice, o que se torna necessário porque na “comunicação social ainda passa muitas vezes a ideia de um Papa que não é a verdadeira do Papa que de facto é».

Preparativos para a missa no Terreiro do Paço
Quanto aos preparativos, está tudo a decorrer com o planeado, disse, prevendo-se para 28 de Abril o início da montagem das estruturas no Terreiro do Paço e para o fim-de-semana anterior a distribuição às paróquias do Patriarcado de Lisboa de um desdobrável com todas as informações necessárias à participação na missa que Bento XVI vai celebrar na tarde (18h15) do dia 11 de Maio.

Esse desdobrável conterá informações com as restrições à circulação, os transportes disponíveis, a localização dos parques de estacionamento e outras indicações fundamentais para «que todos possam prever a sua viagem e chegar facilmente ao lugar da celebração, para a festa que vai ocorrer».

O panfleto, que terá uma distribuição maciça pelas paróquias do Patriarcado no fim-de-semana de 24-25 de Abril, é o produto das múltiplas reuniões de preparação com as várias entidades envolvidas na logística da missa do Terreiro do Paço, desde as autoridades de segurança às de emergência médica, passando pelos vários operadores de transportes (Carris, CP, Metro, Táxis, etc).

[[v,d,972,preparativos para a missa no Terreiro do Paço]]A montagem das estruturas no Terreiro do Paço começará a ser feita a 28 de Abril, no período entre as 22:00 e as 06:00, de modo a minimizar os inconvenientes, prevendo-se que as 02 de Maio a circulação na zona seja cortada para a instalação final de todos os palanques e do altar.

Para explicar a perturbação que tudo isto implica no dia-a-dia dos moradores da zona, e para solicitar a sua compreensão para a situação, foram realizadas reuniões («que correram muito bem») com os habitantes daquela área.

O desdobrável a distribuir às paróquias da diocese de Lisboa é acompanhado de uma pagela com uma oração destinada a auxiliar na preparação espiritual da visita de Bento XVI.

Para a missa no Terreiro do Paço os aspectos litúrgicos estão a ser ultimados, com a existência de dois locais para as reservas eucarísticas e 300 postos de distribuição da comunhão, para os quais haverá 300 sacerdotes e igual número de acólitos, além de 300 escuteiros que vão conduzir os presbíteros para a zona que lhes está atribuída.

Prontos também vão estar os folhetos, com uma edição prevista de 50.000 exemplares, com os cânticos escolhidos para a missa, além de pautas com o refrão dos cânticos, para que todos os participantes possam acompanhar a celebração.

Segurança garantida no Terreiro do Paço
Uma celebração que, segundo o Coordenador-geral da Comissão Organizadora da Visita, tem garantidas todas as condições de segurança.

«Cada lugar tem que ter a adaptação respectiva. Há lugares que exigem mais preparação de meios e de precauções, mas elas são tidas em conta para que as pessoas estejam em segurança», sublinhou D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa.

De acordo com o prelado, as autoridades vão começar a desviar os fiéis do Terreiro do Paço logo que seja atingido um limite no número de pessoas naquele espaço, de modo a garantir que a missa decorra com todas as condições de segurança que permitam a acorrer rapidamente a qualquer situação de emergência.

Encontro com o mundo da Cultura
O Encontro de Bento XVI com representantes do mundo cultural, previsto para as 10h00 do dia 12 no Centro Cultural de Belém, é outro dos pontos altos da visita de Bento XVI a Portugal e que está, segundo D. Carlos Azevedo, a suscitar «muito interesse». 

A organização recebeu logo na volta do correio 200 respostas positivas quando iniciou o envio da primeira série de convites, facto que considerou «curioso» e sinal do interesse que está a despertar, pois cada convidado tem de preencher um formulário e enviá-lo com a sua resposta.

Até agora já foram recebidas mais de 700 respostas positivas.

Preparação espiritual para a visita
[[v,d,969,Preparação espiritual para a visita]] Sendo o mês de Abril o da preparação espiritual para a visita do Papa a Portugal, para a qual estão já disponíveis duas catequeses – Ainda precisamos de Pedro? e Desafios à Igreja de Lisboa, além da pagela com a oração que vai acompanhar a distribuição do desdobrável sobre a participação na missa no Terreiro do Paço, é chegado o tempo de dar a conhecer melhor a obra, o pensamento e a acção de Bento XXI, referiu D. Carlos Azevedo. 

Para isso, estão preparadas várias iniciativas, quer editoriais quer conferências, para divulgar o pensamento de Bento XVI e a sua mensagem central, «que ajudarão as pessoas a entender a figura excepcional do Papa que têm».

«As pessoas têm muito na imagem João Paulo II e a sua capacidade mediática, mas não têm em conta outras facetas que também compõem a riqueza da figura do Papa, que é o seu pensamento, a sua doutrina, a sua mensagem, o  ir ao encontro das grandes questões do mundo contemporâneo, dialogar com esse mundo contemporâneo e não ter medo e ter a coragem de enfrentar os problemas da Igreja com lucidez. E isso há que redescobrir nesta figura do Papa que temos», acentuou.

As acusações à Igreja e ao Papa e a reacção do Povo de Deus
Quanto à possibilidade das recentes acusações de abusos sexuais e de pedofilia poderem vir a ensombrar a visita de Bento XVI, o Coordenador-geral da Visita está seguro de que as pessoas vão saber distinguir «a coragem de um Papa que enfrentou» essas questões. 

[[v,d,970,Pensamento de Bento XVI]]D. Carlos Azevedo recordou que foi Bento XVI quem deu «orientações muito precisas para que se averigúe a verdade, para que se atenda às vítimas, para que se enfrente as situações com muita coragem e com muita determinação e, sobretudo, para prevenir o futuro».

«O povo de Deus é capaz de não se deixar impressionar por uma campanha e perceber que há uma adesão necessária. Estou convencido que é o momento para o povo de Deus dizer que está com o essencial da Fé», disse.

«Não se trata aqui de uma Igreja andar à volta do Papa, mas trata-se de um Papa que nos centra em Cristo e que nos centra em Deus, e penso que vale a pena dizer-lhe que continue a centrar a vida da Igreja em Deus e em Cristo;  ele precisa que nós lhe digamos, que estejamos presentes, que isso é que é fundamental».

Para D. Carlos Azevedo, Bento XVI tem passado a mensagem da necessidade de uma Igreja que não «anda à volta de si mesma nem anda à volta daquilo que é mediático, mas que anda à volta de Deus e de Cristo».

«E esse é o centro da mensagem deste Papa e precisamos, como povo de Deus, de lhe dizer que continue assim», disse, referindo-se ao que afirma ser uma campanha contra a Igreja e contra Bento XVI.

Foi por estar certo da existência dessa campanha que o Bispo Auxiliar de Lisboa suspendeu a colaboração que mantinha num matutino lisboeta, face às notícias que o jornal publicou sobre alegados casos de pedofilia e de abusos sexuais envolvendo sacerdotes portugueses.

Desafio à Igreja Portuguesa
[[v,d,971,Desafio à Igreja Portuguesa]]A visita do Papa a Portugal constitui um desafio à Igreja Católica em Portugal, reafirmou D. Carlos Azevedo, afirmando esperar que esta ocasião traga “uma conversão” das estruturas eclesiais no nosso país. 

«O Papa, se vem confirmar na fé, não vem confirmar os nossos modos de ser Igreja. Vem desafiar-nos a ser uma Igreja mais capaz de responder às necessidades espirituais do nosso tempo», afirmou.

O Bispo Auxiliar de Lisboa indicou que não é uma coincidência a visita de Bento XVI ocorrer numa altura em que os bispos portugueses estão empenhados num «trabalho muito profundo de repensar a pastoral e de repensar a Igreja em Portugal», aliás na sequência de observações que lhes foram dirigidas pelo Papa na última visita ad limina, em Novembro de 2007.

Esse estudo, que vai ser analisado na próxima semana na reunião da Conferência Episcopal Portuguesa, em Fátima, vai depois ser enviado às dioceses para recolha de opiniões, críticas e sugestões, de modo a que possa entrar em funcionamento em Abril do próximo ano, disse ainda.

O Papa Bento XVI visita Portugal de 11 a 14 de Maio, com passagens por Lisboa, Fátima e Porto.

www.bentoxviportugal.pt

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Agência ECCLESIA

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