Colóquio Nacional de Paróquias reflecte sobre a transmissão da fé

Anúncio credível da mensagem cristã tem de ser acompanhado pela alegria e por acções que comprovem aplicação prática dos princípios evangélicos

“Vamos transmitir a fé a quem? Hoje as pessoas vivem satisfeitas no seu mundo e não lhes falta nada. Têm férias, futebol, carros… Como é que nós as vamos despertar para a necessidade de Deus?” A inquietação está no centro do 11.º Colóquio Nacional de Paróquias, que se realiza nos dias 12 e 13 de Fevereiro, em Coimbra.

“Este é o problema que vamos tentar pôr em comum, através das intervenções dos convidados, que certamente nos vão ajudar a encontrar filões que possam dar uma perspectiva válida e cativante para avançarmos na nossa missão”, afirmou à Agência ECCLESIA o Pe. João Castelhano, responsável pela organização do encontro, dedicado ao tema “Transmitir a Fé”.

O anúncio dos conteúdos essenciais da mensagem cristã tem de ser acompanhado pelo testemunho da alegria e pela aplicação prática dos enunciados crentes expressos na Bíblia e na doutrina da Igreja.

“Não é possível encantarmos ninguém com a verdade do Evangelho se ela não for apresentada de uma forma gratificante”, considerou o sacerdote. Mas a espiritualidade arreigada no catolicismo português parece vencer a promessa revelada pela ressurreição de Cristo.

“O Evangelho da dor, da Paixão e das vias-sacras está mais do que radicado no nosso povo – constatou o Pe. João Castelhano. Nós temos a experiência de que toda a Quaresma é vivida com muito mais interesse e participação do que o Tempo Pascal, que é a época da alegria”.

“É frequente notar que quando a comunidade é composta por pessoas de idade mais avançada, não consegue exprimir a alegria numa missa dominical. As pessoas vivem a sua interioridade com o Senhor mas não dão testemunho dela”, acrescentou o sacerdote.

Sem obras que a manifestem, a fé está morta. Esta afirmação bíblica, que se reflecte no percurso espiritual de cada cristão, é igualmente essencial para que o catolicismo se torne relevante para a cultura contemporânea.

“Se nós conseguirmos transmitir uma fé que dê felicidade, que anime e que não fique apenas na devoção mas que tenha consequências concretas no dar-se aos outros, isso vai ajudar-nos a manifestar o cristianismo de uma maneira rica e entusiasmante”, referiu o Pe. João Castelhano.

Para o sacerdote, “as pessoas são interpeladas quando se dão conta de que aqueles que vivem a fé têm uma acção muito concreta na realidade social e na preocupação com os outros”.

O colóquio, que contará com a participação de aproximadamente 50 pessoas, provenientes na sua maioria do centro do país, vai abrir com a partilha dos aspectos mais relevantes do Simpósio Europeu de Paróquias, realizado em Julho de 2009 na cidade belga de Mons.

“As experiências que foram relatadas deixaram-nos encantados, pelo que seria uma pena que não relatássemos em Portugal a riqueza que trouxemos do encontro”, observou o responsável.

Na ocasião será também apresentado o 26.º Simpósio Europeu, a realizar em meados de Julho de 2011, em Nyíregyháza, Hungria.

Programa

Dia 12

18h00
Abertura e exposição sobre o Colóquio de Mons 

21h00
Conferência: «A alegria de viver a fé…» (P. Carlos Carneiro, sj)

Dia 13

09h00
Conferência: «Resposta à angústia fundamental do mundo de hoje: a alegria da fé» (Pe. Alphonse Borras)

10h30
Trabalho de grupos; diálogo 

12h00
Apresentação do livro “A Nova Paróquia”, de Alphonse Borras e Gilles Routhier (edição da Gráfica de Coimbra 2)
Apresentação: Cón. Carlos Paes

14h00
Painel: Experiências da transmissão da fé
Infância (Pe. Joaquim Martins, Diocese de Aveiro)
Jovens/Crisma (João Miranda Santos, Comunidade Sal e Luz, São Martinho do Bispo)
Adultos: Paróquia de São José (Coimbra)

16h30
Encerramento

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