Viseu promoveu primeiras Jornadas Diocesanas da Pastoral Familiar

D. Ilídio Leandro pede maior presença dos casais na vida paroquial. Tema das segundas uniões em debate

Realizaram-se pela primeira vez em Viseu as Jornadas Diocesanas da Pastoral da Família. Um espaço que procurou ir ao encontro da necessidade urgente de reflexão sobre o papel e importância da família na sociedade, que os tempos de hoje impõem.

Na Eucaristia conclusiva da iniciativa, no passado fim-de-semana, D. Ilídio Leandro desafiou todos os casais presentes a levarem o seu projecto de amor em união com Jesus Cristo, em Igreja.

“A paróquia precisa de vós”, disse aos casais, recordando a responsabilidade que decorre do Baptismo e compromete cada um a corresponder à Missão a que é enviado.

O Bispo de Viseu felicitou ainda o Secretariado pelo trabalho desenvolvido, deixando no ar o desejo de que a experiência das Jornadas se repita e agradeceu “todo o empenho da equipa que integra o Secretariado, incluído o assistente, na planificação, proposição e realização das iniciativas de animação pastoral das Famílias, em cada paróquia da diocese.”

Pulsar das famílias

Segundo Joaquim Cardoso, ser responsável pela coordenação do Secretariado “é sentir o pulsar das famílias da diocese e tentar chegar a todas elas, ajudando-as a serem família, de acordo com o paradigma cristão de Família, de local privilegiado para vivermos os valores do Evangelho, os valores cristãos.” Confessa que sentem que há muito para fazer ainda, estando a organizar-se para criarem uma rede de famílias que, desde a pequena comunidade cristã, passando pelas paróquias, arciprestados e zonas pastorais e terminando na diocese, sejam parte integrante da estrutura de programação e concretização da acção pastoral que favoreça o referido modelo cristão de Família.

A sua esposa, Pureza Cardoso, acrescenta que a participação das famílias nos órgãos de corresponsabilidade paroquial poderão representar uma mais-valia para a programação e execução do trabalho pastoral nas comunidades cristãs. Acrescenta ainda que o maior problema está no facto de as famílias estarem assoberbadas com responsabilidades, o que dificulta a adesão a este tipo de trabalho.

É objectivo do Secretariado manter uma periodicidade anual na realização das Jornadas e associar as celebrações jubilares dos casais que o queiram fazer nesse dia.

Segundas uniões

Foi esta a temática que o orador Cón. Carlos Paes trouxe à reflexão e o exemplo real de uma segunda união, casal pertencente a uma das Equipas de Santa Isabel, movimento de espiritualidade conjugal, idêntico ao Movimento das Equipas de Nossa Senhora. Este casal, unido há 12 anos, testemunhou o que é viver em família, segundo os princípios que o cristianismo propõe, apesar de não poderem celebrar o seu matrimónio, por ter existido um anterior matrimónio, no caso da esposa.

A sua condição de baptizados, conscientemente assumida, em casal, leva-os a buscarem a realização do seu compromisso baptismal na Igreja, apesar de saberem que não podem celebrar a Comunhão Sacramental, nem receber o Sacramento do Perdão.

Apesar disso, encontram formas de buscarem a santidade, de celebrar a sua Fé em comunidade, de educarem os seus filhos cristãmente, de se comprometerem na Missão que decorre do seu Baptismo. E assim vivem, de forma comprometida, uma segunda oportunidade de construírem uma família bem sucedida, num projecto de vida a dois, educando os filhos, buscando a felicidade que Deus quer para todos.

Segundo o Cón. Carlos Paes, “é urgente olhar, do ponto de vista pastoral, para a realidade dos casais em segunda união”.

A aventura do casamento cristão

O Pe. Carlos Carneiro mostrou como pode ser vivida a aventura do casamento cristão, construindo uma família para a sociedade actual. “O mundo inteiro não quer viver sem família, agente por excelência de transformação da sociedade”, disse o orador.

A proposta cristã para a família de hoje é uma proposta exigente, porque brota do Amor. É uma experiência de máxima liberdade humana, alicerçada num querer consentido de dois, que querem ser um para o outro para sempre, sem receios, todos os dias, todos os momentos, construindo, em família, uma história de amor baseado na paciência e perseverança, rumo à perfeição, à santidade. “Caminho difícil, exigente, mas possível, necessário e gratificante.”

(Com Diocese de Viseu)

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