Caminhos Portugueses de Santiago de Compostela podem ser património da humanidade

«Carta de Grijó» apela à classificação daquelas rotas como bem de interesse cultural e natural

O «Fórum Sinalização», que reflecte sobre os princípios a adoptar nas indicações das rotas pedestres para Santiago de Compostela e Fátima, pediu ao Estado que inicie o processo de candidatura a património da humanidade dos caminhos portugueses que conduzem àquela cidade espanhola, para que em 2021 o itinerário seja integrado na lista da UNESCO.

Os participantes do Fórum apelaram também à classificação dos Caminhos Portugueses de Santiago como bem de interesse cultural e natural.

As propostas constam da «Carta de Grijó», aprovada este Domingo em Vila Nova de Gaia, num encontro que reuniu mais de três dezenas de participantes, representando associações jacobeias, câmaras municipais, entidades de turismo, e direcções regionais de cultura.

O documento recorda que o Conselho da Europa declarou, em 1987, o Caminho de Santiago como «Primeiro Itinerário Cultural Europeu», e em 2004 atribuiu-lhe a menção de «Grande Itinerário Cultural Europeu».

O texto assinado no Mosteiro de Grijó lembra igualmente que entre as rotas que se dirigem ao sepulcro de São Tiago Maior, as portuguesas são as segundas mais frequentadas.

Além de serem percursos religiosos, os caminhos permitem “o contacto com o património cultural, artístico, arquitectónico e da natureza, promovendo o desenvolvimento sustentável e contribuindo para o desenvolvimento socioeconómico das regiões que atravessam”, refere a declaração.

A «Carta de Grijó» – considerada “fundamental” para os intervenientes que actuam no Caminho de Santiago e no Caminho de Fátima – sugere a constituição de um «Conselho Jacobeu», organismo interministerial de gestão e coordenação das rotas de peregrinação em Portugal. Esta entidade deveria também integrar as autarquias e outras instituições públicas regionais, bem como as entidades relacionadas com aqueles itinerários.

Os participantes do Fórum pretendem igualmente que o Governo crie um departamento que se responsabilize pela regulamentação da sinalização dos itinerários de peregrinação em Portugal, em especial dos que levam a Santiago e a Fátima.

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