Construção do bem comum exige inovação

Sociedades em rede determinam respostas aos problemas sociais da actualidade

A linha “Saúde 24” é um exemplo de inovação social. Ela melhora a eficiência dos cuidados de saúde e limita as consequências sociais negativas de uma doença, no caso.

Acontece nesta proximidade, também nas costas do Índico onde, por exemplo, foi doado aos pescadores um telemóvel a energia solar, que lhes permite telefonar aos comerciantes de peixe e vender o seu pescado não apenas aos que encontram na praia, mas ao que lhe der um melhor preço. Acontece, por outro lado, nas grandes metrópoles, onde se pode promover a partilha de transporte entre vizinhos quando em causa estão percursos semelhantes ou onde é possível fomentar uma “solidariedade viral”, que faz depender determinada ajuda ou dádiva de um conjunto de ajudas semelhantes.

Alguns dos muitos exemplos apresentados por João Meneses aos participantes na Semana Social 2009, para desafiar à inovação nas respostas sociais que prestam.

Segundo o director da TESE, uma associação para o desenvolvimento, a inovação social “acontece quando se encontram novas ou melhores soluções para as necessidades sociais”, relativas à participação cívica e democrática, à exclusão social, à pobreza e à qualidade de vida.

Ela é importante porque há uma série de necessidade emergentes, “sempre dinâmicas”, que urge responder. Brotam da globalização, do envelhecimento, da diminuição demográfica e porque “há modelos de resposta que falham ou se esgotam no tempo”. Também porque novas oportunidades de caris tecnológico estão em constante surgimento.

João Meneses referiu que, embora possa emergir de todos os sectores da sociedade, a inovação social depende sobretudo do crescente envolvimento e crescimento da sociedade civil. E resulta da conjugação de diferentes factores: da predisposição para a experimentação permanente; da tensão entre investigação e acção; da capacidade de criar redes, colaborações e parcerias; de novas soluções de investimento; e da capacitação de todos os actores sociais. Determinante é a liderança e a cultura organizacional.

Uma problemática com importância crescente por causa da mudança de paradigma a acontecer nas sociedades actuais: o capital tangível deu lugar ao capital intangível, a linearidade ao caos, a eficiência à criatividade, a hierarquia e o exercício de comando à abertura e colaboração, a produção de massas à inovação de massas. João Meneses referiu que esta mudança de paradigma exige formação contínua, faz de cada cidadão um “nómada do conhecimento” e da sociedade uma rede.

Diante de muitos responsáveis ou agentes de respostas sociais, com trabalho valioso e incansável; diante também das inegáveis e crescentes urgências sociais, João Meneses deixou a certeza de que a inovação social oferece soluções aos problemas emergentes. Identificá-los depende da capacidade de partilhar ou aceitar a partilha de novas ideias. Depois, “uma ideia ao ser partilhada é posta em movimento”… E desenvolve-se com sucesso caso responda a problemas reais das sociedades.

Para João Meneses, é este o desafio que as organizações sociais enfrentam.

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