Bento XVI recebeu esta Sexta-feira os novos Embaixadores dos EUA, Filipinas e Países Baixos, para apresentação das Cartas Credenciais.
Nas palavras ao novo Embaixador norte-americano, Miguel Humberto Díaz, o Papa evocou a sua visita aos Estados Unidos, no ano passado, que lhe ofereceu a oportunidade de testemunhar “uma vibrante democracia, empenhada ao serviço do bem comum e modelada por uma visão de igualdade e de igual oportunidade, baseada na dignidade dada por Deus e na liberdade de cada ser humano”.
Bento XVI congratulou-se com o “reconhecimento da necessidade de um maior espírito de solidariedade e o empenho multilateral na abordagem dos problemas urgentes com que se confronta o planeta”.
“Aliás – sublinhou – o multilateralismo não se poderá restringir unicamente às questões económicas e políticas, mas deve-se estender à busca de soluções para os problemas ligados ao futuro da humanidade e à promoção da dignidade humana, incluindo o acesso seguro à alimentação e à água, aos cuidados básicos de saúde, às políticas acertadas no que diz respeito ao comércio e à imigração, particularmente quando estão implicadas as famílias, o controlo do clima e o cuidado com o ambiente e a eliminação dos arsenais de armas nucleares”.
Neste aspecto, o Papa exprimiu a sua satisfação pela recente intervenção do Presidente Barcak Obama no Conselho de Segurança da ONU que aprovou unanimemente a resolução do desarmamento atómico abrindo à comunidade internacional a perspectiva de um mundo sem armas nucleares.
Bento XVI sublinhou que “o verdadeiro progresso, como ensina a Doutrina social da Igreja, deve ser integral e humano. Não pode prescindir da verdade relativa aos seres humano e deve visar sempre o seu autêntico bem. Numa palavra, fidelidade ao homem exige fidelidade à verdade, única garantia de liberdade e de real desenvolvimento”.
O novo Embaixador dos Estados Unidos junto da Santa Sé, Miguel Humberto Diaz, de origem cubana, tem 45 anos, é casado, com quatro filhos. Licenciado em História, Filosofia e Teologia. Ensinou em diversas Universidades Católicas dos Estados Unidos.
Filipinas e Holanda
Na audiência à nova representante das Filipinas, a Embaixadora Mercedes Arrastia Tuason, Bento XVI congratulou-se com os esforços que as Filipinas continuam a fazer para incrementar um desenvolvimento sustentável e manifestou a esperança de que investindo do melhor modo todos os recursos espirituais e materiais poderá crescer no conjunto dos cidadãos um espírito de comunhão recíproca, reconhecendo a bondade de Deus e a fraternidade com todos os outros.
Finalmente, na audiência à nova representante dos Países Baixos junto da Santa Sé, Henriette Joahana van Lynder-Leijten, Bento XVI recordou que “a defesa e promoção da liberdade tem como elemento chave o compromisso humanitário”.
Em todo o caso – advertiu – é preciso não esquecer que “a liberdade tem que estar ancorada na verdade – a verdade da natureza da pessoa humana – e precisa de ser orientada para o bem dos indivíduos e da sociedade.
Na crise financeira dos últimos doze meses – recordou o Papa – todo o mundo teve ocasião de verificar as consequências de um individualismo exagerado, o que favoreceu uma reflexão sobre a necessidade de uma abordagem ética dos processos de integração económica e política, tendo como objectivo o desenvolvimento humano integral dos indivíduos, das comunidade e dos povos – desenvolvimento modelado não pelas forças mecânicas ou deterministas, mas sim pelos valores humanitários abertos à transcendência”.