D. Armando Esteves Domingues explicou que o Natal revela «o coração do amor verdadeiro»

Angra do Heroísmo, Açores, 26 dez 2025 (Ecclesia) – O bispo de Angra afirmou que “há duas maneiras de amar, uma é dar presentes, a outra é tornar-se presente”, na homilia da Missa de Natal na Sé, onde explicou que “Jesus não dá presentes, Ele faz-se presente”.
“O verdadeiro presente do Natal não é material: é apaixonar-se pelo Senhor como quem se apaixona por uma pessoa real; há duas maneiras de amar: uma é dar presentes, a outra é tornar-se presente! Jesus não dá presentes, Ele faz-se presente!”, afirmou D. Armando Esteves Domingues, na Sé de Angra, citado pelo portal online ‘Igreja Açores’.
Na celebração da manhã do dia 25 de dezembro, o bispo de Angra explicou que o Natal não é “uma história encantada para crianças, nem uma tradição sentimental repetida ano após ano”, mas uma “proposta profunda de amor pleno e maduro”.
“Mesmo que não seja escolhido, esse amor permanece. Não depende de mérito, resposta ou reciprocidade. Continua a existir, firme e gratuito; dissipa medos, quebra solidões e revela uma verdade essencial de que nunca estivemos realmente sós”, acrescentou, na homilia da Missa de Natal, na catedral.
Segundo D. Armando Esteves Domingues, a ação de Deus “é um projeto já presente e visível”, basta pensar na “fidelidade de dois esposos, no amor dos pais pelos filhos, no abraço e cuidado pelas crianças, deficientes, idosos; na paciência de uma avó”, e lembrou também a ternura de um profissional de saúde, “a paixão educativa” de uma professora, a “honestidade de um empresário”.
“O Natal acontece por causa de ti, de mim, de nós, de todos; o Natal revela-nos o coração do amor verdadeiro; onde há constrangimento, medo de ficar sozinho, dependência afetiva ou económica, não há amor. O amor pleno só existe onde se pode dizer livremente sim, mas também não”, desenvolveu.
D. Armando Esteves Domingues destacou o exemplo das famílias “onde mais facilmente se vê o esforço para serem iguais”, homem e mulher, onde se aprende a saber perder para ganhar o outro, “saber descer com humildade até ao mundo do cônjuge para salvar o amor.

“Penso os casais com filhos que os vêm como dom de Deus, os querem ensinar a amar como Jesus e educar para o respeito de todos, mantendo-os livres para serem maduros; a Igreja e a sociedade precisam destas células de amor à maneira de Deus”, referiu.
O bispo de Angra destacou também as ilações a tirar da forma como tratam-se “as desigualdades sociais e económicas nas sociedades de hoje”, e alertou que “talvez tantas respostas sociais não resultam” porque se fazem de cima para baixo, “de superior para inferior”.
“Quanta dificuldade em nos fazermos uma coisa só com os irmãos, nos mostrarmos iguais, caminharmos juntos, sejamos nós pobres, ricos, entusiasmados ou caídos no desânimo. Juntos, mas mantendo-nos livres para amar e nos deixarmos amar. Só assim nos podemos salvar todos”, concluiu D. Armando Esteves Domingues, na homilia da Missa do Dia de Natal, citado pelo sítio online ‘Igreja Açores’.
CB
