Igreja do Chile propõe indulto

A Conferência Episcopal do Chile anunciou a semana passada que vai propor um indulto em massa, para assinalar o Bicentenário da Independência do país, que ocorrerá em 2010. O projecto deverá ser apresentado depois das eleições presidenciais, cuja primeira volta está marcada para 13 de Dezembro.

“Pensamos que no meio da agitação da campanha eleitoral, não é oportuno propor um tema que requer tanta serenidade, diálogo e paz nos corações”, explicou o presidente da Conferência Episcopal, D. Alejandro Goic Karmelic.

O bispo de Rancagua comunicou a decisão ao sair de um encontro com a presidente do Chile, Michelle Bachelet: “Apresentámos os fundamentos para solicitar um indulto jubilar no Bicentenário, para pessoas condenadas por tribunais de justiça, e dissemos-lhe que a proposta será apresentada no momento mais propício” – acrescentou.

O indulto prevê a libertação de maiores de 70 anos, enfermos em estado terminal, mães com filhos pequenos e reclusos condenados por delitos menores.

O Presidente da Conferência Episcopal agradeceu a boa vontade de “vastos sectores” da sociedade em relação à proposta, que foi formulada no seguimento de “uma das mais antigas tradições bíblicas e da nossa história”.

A Aliança de Direita sugeriu estender o benefício a ex-militares condenados por crimes de violação humanitária, medida que gerou críticas dos familiares das vítimas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

A actual presidente, Michelle Bachelet, filha de um militar constitucionalista assassinado durante a ditadura, já aprovou 61 indultos a presos enfermos terminais, anciãos e mães de crianças pequenas.

Actualmente, há no Chile 60 ex-repressores condenados e cerca de 700 pessoas processadas por violações de direitos humanos, cometidas durante o regime militar. Segundo números oficiais, 2.279 pessoas perderam a vida naqueles anos.

Com EFE/Rádio Vaticano

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