Bento XVI recorda De Gasperi

Papa diz que o estadista é um modelo de consciência moral para os políticos de hoje Bento XVI recordou este Sábado a vida e obra do estadista Alcide De Gasperi (1881-1954), democrata-cristão que juntamente com Konrad Adenauer, Robert Schuman e Jean Monnet é considerado um dos "pais da Europa".

Para o Papa, estamos na presença de um "modelo de fé e de consciência moral" que deve ser um "encorajamento e estímulo para aqueles que actualmente dirigem os destinos da Itália".

Perante os membros do Conselho da Fundação De Gasperi, encabeçados pela filha do estadista italiano, Maria Romana, e por Giulio Andreotti, Bento XVI evocou o perfil de uma "grande personalidade que, em momentos históricos de profundas mudanças sociais na Itália e na Europa, tempos minados por tantas dificuldades, soube prodigalizar-se eficazmente em prol do bem comum".

 "Formado na escola do Evangelho, De Gaspari foi capaz de traduzir em actos concretos e coerentes a fé que professava. Espiritualidade e política foram, de facto, duas dimensões que conviveram na sua pessoa e que caracterizaram o seu empenho social e espiritual", defendeu.

Bento XVI recordou a reconstrução da Itália saída do fascismo e da II Guerra Mundial, relançando a imagem do país no plano internacional, promovendo a sua retoma económica e abrindo-se à colaboração com todas as pessoas de boa vontade.

Citando uma intervenção de João Paulo II, em 1981 (centenário do nascimento de De Gasperi), o actual disse que "nele, foi a fé o centro inspirador, a força de coesão, o critério de valores, a razão de opção".

Este "sólido testemunho evangélico" – acrescentou – teve como raízes a "formação humana e espiritual" recebida na sua região (Trento), "numa família onde o amor por Cristo constituía o pão quotidiano e referência para toda e qualquer opção".

"Limito-me a pôr em destaque o seu reconhecido aprumo moral, baseado numa indiscutível fidelidade aos valores humanos e cristãos, bem como a serena consciência moral que o guiou nas opções da política", disse ainda Bento XVI.

O Papa observou que De Gasperi conseguiu ser "autónomo e responsável nas suas opções políticas, sem se servir da Igreja para fins políticos e sem nunca ceder a compromissos".

"Peçamos ao Senhor que a recordação da sua experiência de governo e do seu testemunho cristão constituam encorajamento e estímulo para aqueles que actualmente dirigem os destinos da Itália e dos outros povos, de modo especial os que se inspiram no Evangelho", concluiu.

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