E reconhece que nunca pensou ser Papa
Bento XVI confessou nunca ter pensado ser Papa. "Ainda hoje para mim é difícil entender como o Senhor pode pensar em mim e destinar-me este ministério" referiu a uma das sete mil crianças e adolescentes que estiveram com o Papa este Sábado.
O encontro foi promovido pela Obra Pontifícia da Infância Missionária e pela Obra Pontifícia da Santa Infância, juntando crianças que se reuniram, no Vaticano para encontrar o Papa e reflectir sobre o apóstolo Paulo.
"Fui uma criança ingénua, numa pequena localidade distante dos centros, numa província esquecida", recordou o agora Bento XVI. "Sentia-me satisfeito por ser dessa província e não pensava em outras coisas". Mas, "aceito das mãos do Senhor, , embora seja uma coisa surpreendente e que me parece muito além de minhas forças, mas o Senhor ajuda-me".
Bento XVI falou com os presentes da sua infância na Alemanha e da importância da oração e da partilha.
O encontro com as crianças, marcado por cantos, testemunhos e a exibição de vídeo sobre a vida de Jesus e o São Paulo, teve o seu momento alto no momento de diálogo entre o Papa e três crianças. Bento XVI respondeu às perguntas e satisfez a curiosidade dos pequenos.
Ainda sobre a sua infância, Bento XVI recordou uma serena e pequena localidade de 400 habitantes, situada na Baviera, no sul da Alemanha. "Havia entre as crianças uma ajuda recíproca e vivia-se num espírito de comunhão, fortalecido pela fé católica que nos era comum".
"Juntos aprendemos o catecismo, preparamo-nos para receber a primeira Comunhão e quando chegou o dia foi uma data esplêndida".
Sobre o papel das crianças na evangelização, Bento XVI indicou ser preciso sobretudo "rezar porque com a oração abrimos o nosso coração à acção de Jesus".
O Papa frisou que rezar é uma coisa muito importante que pode transformar o mundo, porque faz a força de Deus presente e evidenciou alguns "conselhos práticos".
"É importante começar e terminar o dia com uma pequena oração, recordar os pais na oração antes do almoço, do jantar e na celebração do Domingo". O Papa referiu que um domingo sem a missa "não é um verdadeiro Domingo, falta justamente o coração do Domingo, e assim também a luz para a semana".
Bento XVI explicou que não basta rezar mas "também escutar e partilhar".
"Viver a solidariedade em relação aos mais necessitados, bem como em relação àqueles que não nos são particularmente simpáticos", indicou.
No final da conversa, as crianças e adolescentes participaram numa eucaristia onde renovaram os compromissos baptismais.
Redacção/Rádio Vaticano