Funchal: Actualizar com São Paulo a missão da Igreja

O clero do Funchal está esta semana reunido nas Jornadas de actualização do Clero. Em 2008 o clero do Funchal voltou-se para a Doutrina Social da Igreja. Em Ano Paulino, a diocese do Funchal propôs uma união entre São Paulo e o fruto da reflexão dos padres sinodais. Uma reflexão não exclusiva aos sacerdotes, que reúnem de manhã. À tarde, são chamados a reflectir sobre os mesmo temas, leigos e religiosos. O clero da diocese reúne-se em torno da Palavra, em especial depois da realização do Sínodo dos Bispos, em Outubro de 2008, e a Vida e a Missão de São Paulo. A actualização homilética e litúrgica são também questões abordadas entre o clero. O Pe. Marcos Gonçalves, director do Gabinete de Informação da diocese do Funchal, assume que “esta é uma semana de viver a Igreja”. O próprio encontro é sinal de “riqueza”, que se estende à abordagem dos temas e à vivência pessoal que cada participante assume – “ouvir a Palavra, deixarem-se tocar pela mesma Palavra e anunciá-la”. A jornada de actualização termina com a Assembleia do Clero, na Quinta-feira dia 22, onde os padres vão abordar temas mais práticos da vida das paróquias, mas também “começar a preparação da celebração dos 500 anos da diocese”. D. António Carrilho referiu, no início das Jornadas, que a actualização do clero não se baseia apenas em questões doutrinais, mas é objectivo da organização, que o aprofundamento “tenha reflexo no nosso ministério, na acção pastoral”. O Pe. Marcos Gonçalves refere que este é um desafio constante para a Igreja. “Fazer a ponte entre a Palavra e a Comunidade e colocarmo-nos à escuta para a aplicar na vida pessoal e nas comunidades cristãs”. A possibilidade de reflexão e questionamento “propõe caminhos comuns e apresenta a diversidade dentro da Igreja”. O Director do gabinete de Informação aponta que apesar de São Paulo estar sempre presente nas eucaristias “continua desconhecido”. As jornadas propõem uma reflexão sobre a biografia do apóstolo mas “também sobre a missão e os factores que o conduziram a ser um grande evangelizador e um homem de Igreja”, aponta, sublinhando “simultaneamente o construtor e homem de Igreja que ele foi”. O Pe. Marcos aponta um homem provocador que ultrapassa a visão da Igreja tradicional “onde as pessoas se reúnem não apenas porque partilham a mesma cultura e tradição, mas porque foram chamadas e fizeram o caminho de Damasco na sua vida”. “Não será preciso falar para multidões para que cada um seja uma semente de Igreja e um organismo presente na sociedade e na vida das pessoas”. Aos responsáveis pelas comunidades paroquiais, São Paulo é exemplo de trabalho conjunto. “Ele não fez nada sozinho. São precisos companheiros e amizades. A missão do sacerdote não é solitária, é preciso uma comunidade que colabore. Quando se colabora constroi-se Igreja”. A Jornada de actualização do clero coincide com o tempo dedicado à oração pela unidade dos cristãos. O Pe. Marcos indica a coincidência mas explica ser central o cristão perceber que “a sua missão ultrapassa fronteiras”, tal como São Paulo “que quebrou muitas barreiras e anunciou Cristo a todas as culturas utilizando diferentes métodos”. A somar à reflexão proporcionada pelos oradores, o Pe. Marcos sublinha a “riqueza do simples encontro de todos os padres”, possibilitando perceber “que a Igreja não é apenas a minha paróquia, mas toda uma diocese ou um país”. “Sendo uma ilha, sentimo-nos participantes da Igreja universal”, finaliza.

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