Dia Mundial da Paz 2025: Papa insiste no fim da pena da morte, como gesto de quem defende a vida

Francisco propõe ainda criação de fundo mundial contra a fome, cortando em gastos militares

Cidade do Vaticano, 12 dez 2024 (Ecclesia) – O Papa insiste, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2025, no fim da pena de morte, a nível global, considerando que seria um gesto de defesa da vida humana.

“Gostaria de convidar, uma vez mais, para um gesto concreto que possa favorecer a cultura da vida. Refiro-me à eliminação da pena de morte em todas as nações. Em realidade, esta punição, além de comprometer a inviolabilidade da vida, aniquila toda a esperança humana de perdão e de renovação”, refere, no texto divulgado hoje pelo Vaticano.

Francisco aponta ao “firme compromisso de promover o respeito pela dignidade da vida humana, desde a conceção até à morte natural”, para que “cada pessoa possa amar a sua vida e olhar para o futuro com esperança, desejando o desenvolvimento e a felicidade para si e para os seus filhos”.

“Com efeito, sem esperança na vida, é difícil que surja no coração dos jovens o desejo de gerar outras vidas”, acrescenta, numa mensagem intitulada ‘Perdoa-nos as nossas ofensas: concede-nos a tua paz’.

Num tempo “marcado pelas guerras”, o Papa apela à criação de um fundo mundial para a eliminação da fome, com “pelo menos uma percentagem fixa do dinheiro gasto em armamento”.

O montante recolhido, acrescenta, poderia ainda servir para a “realização de atividades educativas nos países mais pobres que promovam o desenvolvimento sustentável, lutando contra as alterações climáticas”.

“Devemos tentar eliminar qualquer pretexto que possa levar os jovens a imaginar o seu futuro sem esperança, ou como uma expectativa de vingar o sangue derramado pelos seus entes queridos. O futuro é um dom que permite ultrapassar os erros do passado e construir novos caminhos de paz”, pode ler-se.

O Papa diz que desarmar o coração é “um gesto que compromete todos, do primeiro ao último, do pequeno ao grande, do rico ao pobre”.

“A paz não vem apenas com o fim da guerra, mas com o início de um mundo novo, um mundo no qual nos descobrimos diferentes, mais unidos e mais irmãos do que poderíamos imaginar”, sustenta.

O Dia Mundial da Paz foi instituído em 1968 por São Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia de cada ano, com uma mensagem papal.

OC

 

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Agência ECCLESIA

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