Igreja: Papa saúda reabertura da Catedral de Notre-Dame, homenageando trabalho dos bombeiros e esforço internacional de restauro 

Cerimónia juntou chefes de Estado, responsáveis católicos e representantes da sociedade civil francesa 

Paris, 07 dez 2024 (Ecclesia) – O Papa associou-se à cerimónia de reabertura da Catedral de Notre-Dame de Paris, gravemente atingida por um incêndio a 15 de abril de 2019, com uma mensagem lida durante a celebração desta tarde, na capital francesa. 

“Hoje, a tristeza e o luto deram lugar à alegria, à celebração e ao louvor. Saúdo todos aqueles, especialmente os bombeiros, que trabalharam tão corajosamente para salvar este monumento histórico do naufrágio”, refere o texto, enviado ao arcebispo de Paris, D. Laurent Ulrich, e lido pelo representante diplomático da Santa Sé na França, D. Celestino Migliore. 

A Missa inaugural, com a consagração do altar-mor, celebra-se no domingo. 

A cerimónia desta tarde contou com a presença do presidente francês e vários chefes de Estado, responsáveis católicos, membros das forças armadas, mecenas, convidados conjuntamente pelo Estado e pela diocese, representantes de todas as paróquias de Paris e bombeiros, cuja presença foi saudada por um longo aplauso da assembleia. 

A mensagem do Papa evocou o “terrível incêndio” que danificou gravemente o edifício, há cinco anos, que ameaçou “uma obra-prima da fé e da arquitetura cristãs”. 

“Saúdo o empenho determinado das autoridades públicas e o grande elã de generosidade internacional que contribuiu para o restauro. Este elã é um sinal não só de um compromisso com a arte e a história, mas também – e isto é muito encorajador! – o sinal de que o valor simbólico e sagrado de um edifício como este continua a ser amplamente percepcionado”, refere o texto. 

Francisco quis prestar homenagem ao “trabalho notável realizado pelos numerosos artesãos e artesãs envolvidos, que generosamente deram tudo de si para restaurar Notre-Dame ao seu antigo esplendor”. 

“É belo e reconfortante que as competências de outrora tenham sido sabiamente preservadas e melhoradas. Mas é ainda mais belo o facto de tantos trabalhadores e artesãos terem dado testemunho de ter vivido a aventura do restauro de Notre-Dame num autêntico processo espiritual”, acrescenta. 

O Papa sustenta que só a fé pode dar lugar a uma “obra-prima onde nada de profano, ininteligível ou vulgar tem lugar”. 

“Que o renascimento desta admirável igreja seja um sinal profético da renovação da Igreja em França. Convido todos os batizados que entrarão com alegria nesta catedral a sentirem um orgulho legítimo e a recuperarem o seu património de fé”, apela o pontífice. 

Francisco deixa ainda uma palavra aos que vão visitar a catedral, “pessoas de todos os estratos sociais, origens, religiões, línguas e culturas, muitas delas em busca do absoluto e do sentido da sua vida. 

“Que eles, levantando os olhos para estas abóbadas que recuperaram a sua luz, partilhem a sua esperança invencível”, deseja, numa mensagem que se encerra com a bênção pontifícia. 

A convite de arcebispo de Paris, cerca de 170 bispos de França e de todo o mundo participam nesta celebração, bem como um sacerdote de cada uma das 106 paróquias da Diocese de Paris. 

“Estou perante vós para expressar a gratidão da nação francesa a todos aqueles que salvaram, ajudaram e reconstruíram a Notre-Dame de Paris”, disse o presidente Emmanuel Macron, no seu discurso. 

“Notre-Dame diz-nos que os nossos sonhos, mesmo os mais audaciosos, só são possíveis através da vontade de cada um e do empenho de todos”, acrescentou. 

Durante a cerimónia foi projetada a palavra “merci” (obrigado) na fachada da Catedral. 

OC 

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Agência ECCLESIA

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