Sínodo: Igreja do futuro depende do saber «caminhar juntos» – Luis Parente Martins (c/vídeo)

Médico fala da experiência de diálogo entre cristãos e da inspiração do Movimento dos Focolares

Lisboa, 25 nov 2024 (Ecclesia) – O médico Luis Parente Martins considera que a Igreja do futuro depende do saber “caminhar juntos” e que experiência sinodal tem que colocar de lado “os problemas da relação de poder”.

“Vivemos uma experiência sinodal e, de facto, neste amor recíproco, conseguimos viver e fazer caminho sem estes problemas que existem na Igreja, os problemas da relação de poder”, disse à Agência ECCLESIA.

Com experiência no Movimento dos Focolares, Luis Parente Martins realça que o horizonte da participação, comunhão e missão preconizados pela assembleia sinodal que decorreu em Roma (Itália), no último mês de outubro, sempre estiveram “no centro e em destaque” por Chiara Lubich porque é uma forma de viver “à maneira da Trindade”.

“Isto é uma gramática e é uma forma de entender o sínodo”, afirma.

O mistério da Trindade, “deste Deus ser uno e trino”, é um “modelo de vida para as comunidades cristãs” porque resolve “muitos problemas quando bem aplicado”.

Para o médico, trazer a “Trindade para o sínodo é a forma de pôr a funcionar o sínodo” porque teve “a graça de fazer esta experiência desde a juventude

Uma experiência em que o outro “era um tu” nesta reciprocidade e fraternidade, frisou.

O “verniz teológico” colocado para “apagar” certas coisas que “não funcionam bem” não é uma forma de “caminhar juntos”.

Esta forma de caminhar, “quer se queira ou não, vai ser o modelo da Igreja do futuro”, apontou Luis Parente Martins.

Caminhar em conjunto é uma forma “de voltar à tradição, voltar às primeiras comunidades” porque quando “Jesus se reunia com os seus discípulos e com os seus amigos não havia estas distâncias”

Mas este voltar à tradição “não deve ficar no século XIV ou XV”, mas deve ir “até às origens” porque “lá encontramos a purificação”.

“Fico um bocadinho incomodado quando vejo estes ritos católicos com grande pompa, perfeitamente desligados até da sociedade atual, sem que haja nenhuma razão da tradição original, porque Jesus Cristo é alguém que vivia numa enorme simplicidade”, lamentou o médico.

O método de “Jesus Cristo foi exatamente o contrário, foi tornar-se próximo, foi tornar-se misericórdia, portanto, aquele que faz caminho, que tem o coração junto dos pequeninos”, esclareceu.

A Assembleia Sinodal aponta para uma mudança de paradigma e convoca as lideranças religiosas para trabalharem em conjunto e uma maior proximidade entre as confissões religiosas.

“Eu vou à Missa e depois vou a um ou dois cultos e criou-se uma relação de tal confiança, de tal fraternidade entre os líderes e depois a comunidade que de facto nós nos sentimos verdadeiramente irmãos”, disse Luis Parente Martins.

No próximo dia 25 de janeiro vai realizar-se o 15.º Encontro Cristão em Sintra, onde vão estar presentes várias confissões religiosas o que é “já uma experiência sinodal”.

“Caminhamos juntos, tentando perceber aquilo que podemos melhorar, mas focado sobretudo naquela pérola enorme que nós temos que é o Evangelho, que é Jesus Cristo

O que “é bonito é a complementaridade dos dons”, afirmou o médico cardiologista numa entrevista ao Programa ECCLESIA emitido, esta segunda-feira, na RTP2

PR/LFS/OC

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Agência ECCLESIA

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