«Conversai com o sacerdote que aí vai; conversai com todos os que vêm para falar-vos de Jesus», incentivou Francisco
Faro, 07 nov 2024 (Ecclesia) – Os reclusos do Estabelecimento Prisional de Faro enviaram desenhos e poesias ao Papa, em julho deste ano, e Francisco, na resposta, destacou a importância da “oração pessoal e comunitária” e de conversaram sobre Jesus com quem os visita.
“Conversai com o sacerdote que aí vai; conversai com todos os que vêm para falar-vos de Jesus. Na verdade, quando Jesus entra na vida duma pessoa, esta não fica detida no seu passado, mas começa a olhar o presente doutra forma, com outra esperança. A pessoa começa a ver com outros olhos a própria realidade. Não fica fechada no que aconteceu, mas é capaz de chorar e encontrar nisso a força para voltar a começar”, lê-se na carta do Papa, citada pelo jornal ‘Folha do Domingo’, da Diocese do Algarve.
Francisco convidou os reclusos do Estabelecimento Prisional de Faro, no Algarve, a “fixar o rosto de Jesus crucificado” quando se sentirem “tristes, abatidos”, indicando que “todos” podem colocar junto d’Ele as suas feridas, as dores “e também os pecados”.
“Tantas coisas em que podemos ter errado. Nas chagas de Jesus, encontram lugar as nossas chagas; porque todos estamos com chagas, duma maneira ou doutra. E então que fazer? Levar as nossas chagas até às chagas de Jesus. Para quê? Para serem curadas, lavadas, transformadas, ressuscitadas. Ele morreu por ti, por mim, para nos dar a mão e levantar-nos. Jesus sempre vos quer levantar”, desenvolve Francisco.
Peço a Jesus que vos conceda a sua força, a sua paciência, a sua ternura, ao abençoar-vos a todos em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. E, por favor, não vos esqueçais de rezar por mim”
Os reclusos do Estabelecimento Prisional de Faro enviaram para o Papa Francisco desenhos e poesias, resultado de um workshop promovido pelo Estabelecimento Prisional e pela equipa da Pastoral Penitenciária de Faro, realizado 6 de abril a 25 de maio deste ano.
“Obrigado pela vossa prenda e as vossas mensagens, queridos irmãos. A sua leitura introduziu-me neste período da vossa vida: um período difícil, cheio de tensões, que é doloroso não só para vós, mas também para as vossas famílias”, referiu o Papa, lembrando que “Pedro e Paulo, discípulos de Jesus, também estiveram presos”, e foi a oração que “os sustentou, não deixando cair no desespero”.
“Oração pessoal e comunitária: eles rezaram e, por eles, se rezava. Dois movimentos, duas ações que geram entre si uma rede que sustenta a vida e a esperança e incentiva-nos a prosseguir o caminho”, explicou Francisco, na carta enviada pela Secretaria de Estado do Vaticano, que chegou no dia 15 de outubro, divulga o jornal ‘Folha do Domingo’.
Os trabalhos dos reclusos do Estabelecimento Prisional de Faro foram apresentados ao público na exposição ‘É preciso que todas as crianças possam sorrir’, que comemorou o Dia Mundial da Criança deste ano (1 de junho), e esteve patente em várias igrejas da Diocese do Algarve.
CB/OC