Angra: Encontro diocesano convida jovens a formular perguntas e a encontrar o seu lugar na Igreja «num caminho com todos»

Gisela Batista e o padre João da Ponte falam dos desafios que a JMJ Lisboa 2023 desencadeou na diocese de Angra que procura sempre ultrapassar a geografia e unir os jovens

Foto: COD Angra

São Miguel, 01 nov 2024 (Ecclesia) – O Serviço à Juventude da Diocese de Angra organiza um encontro para “escutar as perguntas dos jovens”, resultado de um questionário lançado a todas as ilhas, e para um reconhecimento identitário da juventude, numa realidade dividida que querem unir.

“Este encontro diocesano de juventude não é para definir todo o caminho que vai ser realizado, é apenas uma fase e o ideal seria que, de tempos a tempos, nós nos juntássemos todos, mesmo online, de forma a irmos caminhando mesmo em conjunto”, apresenta à Agência ECCLESIA o padre João da Ponte, assistente do Serviço diocesano à juventude.

O encontro, que tem hoje início e se estende até ao dia 3, coincide com a celebração dos 490 anos de existência da diocese, e o serviço diocesano quer, por isso, convidar os jovens a participar na celebração na Sé e envolve-los na preparação da celebração dos 500 anos.

A diocese quis escutar os jovens e lançou diversas questões com o objetivo de “se questionarem e proporem novas perguntas”.

“Jesus fazia isso tantas vezes: quando colocavam uma questão, ele muitas vezes respondia com uma outra questão e é isso que se pretende – que cheguem até nós estas questões dos jovens, as perguntas que muitas vezes inquietam o coração, quais as que querem lançar e, mais do que respostas, que percebam que queremos fazer este caminho em conjunto”, indica o padre João da Ponte.

“Acho que aqui a nossa missão não passa por apresentar um documento com mais atividades e um plano para um ano, para que daqui a um tempo façamos um ‘check’ do que foi realizado ou não. O nosso plano é proporcionar aos jovens momentos de encontro e que consigam encontrar a si e na sua ligação com Jesus”, explica ainda Gisela Batista.

O Serviço diocesano à juventude da Diocese de Angra tem uma nova equipa de coordenação, conduzida por Gisela Batista, que integra também, além do assistente espiritual, um casal, uma religiosa, uma enfermeira e um psicólogo, e tem ainda representantes de diversas realidades juvenis.

“Tentamos que nos sítios em que os jovens possam estar enquadrados e de acordo com os nossos pilares de ação – da espiritualidade, da vocação e da missão – ter na equipa base quem represente diversas naturezas”, explica a coordenadora.

“Pretendemos fazer ponte com várias realidades, porque não pode ficar cada um a trabalhar para o seu lado”, acrescenta o sacerdote.

Gisela Batista e o padre João da Ponte são hoje o rosto de uma equipa que desde agosto procura dar continuidade ao que a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 desencadeou.

Gisela Batista recorda um tempo “muito intenso” com a JMJ Lisboa 2023 e que após essa intensidade, houve um “silêncio” que levou “a diocese percebeu a necessidade de dar voz, vivacidade e buscar os jovens”, refere, “os que tinham participado e os que não tinham participado”.

A equipa indica a necessidade de comunicar para “todos por igual”, mesmo que cada ilha tenha dinâmicas própria, “que divergem em linguagens mesmo dentro do território de cada ilha”.

“Mas julgo que as diferenças não impossibilitam qualquer trabalho. É necessário criar união e pontes, mas assumir que o que nos une é o mesmo, todos a esta diocese e todos são importantes”.

O padre João da Ponte fala num contacto “personalizado”: “Não podemos arrastar a grande massa, mas podemos arranjar fermento e podemos também nós ser fermento para contagiar grupos, contagiar a grande massa que nós temos à nossa volta”.

A conversa com Gisela Batista e com o padre João da Ponte pode ser acompanhada no programa ECCLESIA, emitido na Antena 1, sábado pelas 6h.

LS

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Agência ECCLESIA

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