Bento XVI recebido pelo presidente da Itália

Bento XVI foi recebido este Sábado pelo presidente da Itália, Giorgio Napolitano, no no palácio do Quirinal, outrora residência dos papas. A visita acontece no festa de São Francisco de Assis, padroeiro da Itália. As actuais boas relações entre Igreja e Estado em Itália foram sublinhadas pelo Papa no seu discurso, observando que se “trata de uma realidade positiva, que se pode verificar quase quotidianamente a diversos níveis, e à qual também outros Estados podem olhar para daí tirar ensinamentos úteis”. Para Bento XVI, esta visita tem um significado “profundo e simbólico”. “Na cidade de Roma convivem pacificamente e colaboram frutuosamente o Estado italiano e a Sé Apostólica”, indicou. “Esta minha visita vem confirmar que o Quirinal e o Vaticano não são colinas que se ignoram ou se confrontam com antipatia; são, isso sim, lugares que simbolizam o recíproco respeito da soberania do Estado e da Igreja, prontos a cooperarem conjuntamente para promover e servir o bem integral da pessoa humana e o decorrer pacífico da convivência social”, disse ainda. Aludindo à data escolhida para esta visita, Bento XVI observou que “a escolha de São Francisco como Patrono da Itália encontra as suas razões na profunda correspondência entre a personalidade e a acção do Pobrezinho de Assis e a nobre Nação italiana”, citando a este propósito o que afirmou João Paulo II, em idêntica visita neste mesmo dia 4 de Outubro, em 1985: “Dificilmente se poderia encontrar uma outra figura que encarne em si, de modo tão rico e harmonioso as características próprias do génio itálico”. O Papa apresentou São Francisco – figura que tanto atrai crentes e não crentes – como “a imagem da perene missão da Igreja, como também na sua relação com a sociedade civil”. “Na actual época de profundas e muitas vezes difíceis mutações, a Igreja continua a propor a todos a mensagem de salvação do Evangelho e se empenha em contribuir para a edificação de uma sociedade assente na verdade e na liberdade, no respeito da vida e da dignidade humana, na justiça e na solidariedade social”, afirmou. Bento XVI não quis deixar de assegurar que “a Igreja não tem pretensões de poder nem de privilégios, nem aspira a posições de vantagem económica e social. O único objectivo da Igreja é servir o homem, inspirando-se, como norma suprema de conduta, às palavras e ao exemplo de Jesus Cristo, que passou fazendo o bem e a todos curando”. “Para realizar esta sua missão, a Igreja – advertiu o Papa – deve poder gozar sempre do direito de liberdade religiosa, considerado em toda a sua amplitude, isto é, não limitada ao exercício do culto, mas tendo em consideração a dimensão pública da religião, com a possibilidade de os crentes participarem activamente na construção da ordem social”. Em relação à situação italiana, onde algumas intervenções públicas da hierarquia católica têm sido mal acolhidas, Bento XVI mostrou-se certo de que “os pastores e fiéis continuarão a dar o seu importante contributo para construir, também nestes momentos de incerteza económica e social, o bem comum do país, como também da Europa e de toda a família humana”. Tudo isso, sublinhou o Papa, “prestando particular atenção aos pobres e marginalizados, aos jovens à procura de primeiro emprego e em geral aos desempregados, às famílias e aos idosos”. (Com Rádio Vaticano)

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