JMJ Lisboa 2023: Quando participar na Jornada significa ser «chamado pelo nome» e regressar à Igreja – Nuno Gaspar

Jovem de 29 anos distanciou-se na prática cristã, mas o convite para integrar o Comité Organizador Paroquial do Cartaxo significou um regresso «a casa» e iniciou um renovado compromisso 

Lisboa, 09 out 2024 (Ecclesia) – Nuno Gaspar regressou ao compromisso com a Igreja católica através da Jornada Mundial da Juventude, tendo participado no Comité Organizador Paroquial (COP) do Cartaxo, na diocese de Santarém, e sentiu que o Papa Francisco falava para si.

“Houve um nascimento. O convite que me foi feito na altura, para integrar o COP foi o recomeço da minha vida ligada à igreja, do meu caminho cristão – havia uma chama que estava muito fraquinha, mas com aquele convite voltou a acender e voltei a encontrar Deus na minha vida”, conta Nuno Gaspar à Agência ECCLESIA.

Natural de Lisboa, o jovem de 29 anos, foi cedo para o Cartaxo onde cresceu numa estreita participação na sua comunidade: fez o percurso de iniciação cristã, celebrou o sacramento do Crisma, foi acólito, mas o regresso a Lisboa, para estudar e, posteriormente trabalhar, afastou-o da prática cristã.

“Agora olho e penso há tantas oportunidades para continuar: há grupos, propostas e tanta coisa para fazer, mas eu perdi tudo isso”, recorda.

Ainda no Cartaxo, Nuno Gaspar sentia estar “fechado” num mundo onde entendia que a Igreja “era só aquilo”, numa linguagem que respondia ao ser adolescente mas não abria espaço para outras perguntas.

“Faz falta fazer perguntas. E na juventude, rezamos e pedimos, mas peço e é logo instantâneo? Aparece logo assim? De que forma é que vai aparecer? Como é que pode aparecer? E o que é que eu tenho que fazer também para que apareça? Acho que o essencial é acreditar. Acreditar naquilo que rezamos, acreditar naquilo que pensamos e que conversamos com Deus. Acho que, a partir daí, começamos a perceber que o que pedimos na nossa oração será realizado”, dá conta.

Quando regressou ao Cartaxo, Nuno Gaspar reconheceu-se na linguagem que o desafiava a regressar à participação comunitária, e o convite para integrar a equipa organizadora da JMJ Lisboa 2023 naquela localidade foi o passo que faltava.

“Eu fui a pessoa que não largou os símbolos quando eles peregrinaram na diocese de Santarém. Fui a todos os locais, participei em todas as reuniões de preparação, conheci outros jovens de comunidades e movimentos e percebi que cada um com os seus dons se encontrava numa linguagem comum, fazíamos todos parte do mesmo e estávamos ao serviço”, conta.

Na noite da vigília da JMJ Lisboa 2023, que decorreu no Campo da Graça, Nuno Gaspar escutou pela primeira vez o padre Duarte Rosado, jesuíta, que compôs músicas a partir do livro de Isaías: “Nunca tinha ouvido, e hoje rezo ao som destas músicas. Fui ler o livro de Isaías por cauda das músicas do padre Duarte Rosado”.

Nuno Gaspar recorda que ter escutado o Papa Francisco em Lisboa foi sentir que as palavras lhe eram dirigidas a si.

“Percebi que Cristo chama-me pelo meu nome, sabe aquilo que eu sou, sabe os dons que eu tenho, mas também sabe o caminho acertado para mim”, explica.

Após a JMJ Lisboa 2023, Nuno Gaspar comprometeu-se na animação de um grupo de catequese do 5º ano e envolveu-se com o agrupamento de escuteiros.

“Eu nem sabia que existia uma Jornada Mundial da Juventude, não sabia o que era, e foi tudo incrível, com os jovens do mundo inteiro num sítio só, foi é incrível”, finaliza.

A conversa com Nuno Gaspar pode ser acompanhada esta noite do programa Ecclesia, emitido na Antena 1, pouco depois da meia noite, disponibilizado no podcast «Alarga a tua tenda».

LS

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